A partir da zero hora deste domingo (31), o Paraná passou a contar oficialmente com mais uma usina hidrelétrica em operação. A Usina Santa Clara, empreendimento que integra o complexo energético do Rio Jordão e cujas obras estão sendo finalizadas, recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para colocar em regime de operação comercial o primeiro de seus dois grupos geradores de 60 megawatts. Essa potência é suficiente para atender ao consumo de uma cidade com 300 mil habitantes e será adicionada ao sistema elétrico operado pela Copel, empresa que detém os direitos sobre toda a energia ali produzida.
Com sistemas inteiramente automatizados, a Usina Santa Clara já está em condições de se integrar aos demais aproveitamentos que a Copel controla e supervisiona à distância, a partir do seu Centro de Operação da Geração localizado em Curitiba.
Dentro de 15 dias, também começa a operar a pequena central hidrelétrica incorporada à barragem de Santa Clara, com 3,4 megawatts, e que se encontra em fase de teste. Nessa mesma época, a Copel pretende dar início aos ensaios com o segundo grupo gerador da usina principal, que deve entrar em regime de produção comercial ainda em agosto.
Complexo
O complexo energético do Rio Jordão é formado pelas usinas Santa Clara e Fundão, cada qual com potência de 120 megawatts, além de duas pequenas centrais incorporadas às barragens que agregam 5,9 megawatts ao conjunto. A concessão dos aproveitamentos é da Elejor Centrais Elétricas do Rio Jordão, empresa controlada pelo governo do Paraná através da Copel, que mantém 70% de participação no seu capital. Os investimentos totais nesse conjunto de usinas chegam a R$ 480 milhões, incluindo a execução de 33 programas sociais e ambientais recomendados pelos estudos de impacto e aprovados pelas autoridades do setor e pelas comunidades atingidas.
Volumes
Santa Clara está situada entre os municípios de Pinhão e Candói na região centro-sul do Paraná. Sua barragem é de concreto compactado e tem 811 metros de comprimento na crista, com altura máxima de 67 metros. Sem vertedouro operável, as vazões excessivas são escoados por uma soleira vertente na crista da barragem que tem 251 metros de extensão, com capacidade de descarga de até 6.542 m3/segundo de água, ou quatro vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu.
O reservatório tem 20 km² de superfície e foi formado entre o final de abril e o início de junho, acumulando 431 milhões de m³ de água.