Usina pioneira do Paraná recicla embalagem laminada

Com capacidade de reciclar diariamente uma tonelada de embalagens laminadas (leite longa vida, sucos, achocolatados, extrato de tomate, etc) , foi inaugurada ontem, em Curitiba, no bairro Uberaba, a primeira Usina de Reciclagem Total de Embalagens Laminadas do mundo. A tecnologia foi desenvolvida pela Rede Paranaense de Projetos em Desenvolvimento Sustentável (Telus), vinculada ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A usina foi criada graças à parceria ao Tecpar, que investiu R$250 mil, a Fundação Banco do Brasil (FBB), que disponibilizou R$188 mil e a Prefeitura de Curitiba, que cedeu o barracão onde foi instalada a usina. A recicladora gerou quinze empregos diretos, que estão sendo ocupados por detentos em regime semi-aberto num acordo firmado junto à Secretaria de Estado da Segurança Pública.

O coordenador da Telus, Alexandre Akira Takamatsu, explicou que a tecnologia, conhecida como neociclagem química, vem sendo estudada desde o final de 1999. Nela a embalagem é aberta, perfurada e posteriormente aplicado um produto químico, que facilita a liberação das camadas. Numa embalagem normal são sete camadas alternadas de plástico, papel e alumínio. Com esse processo a reciclagem se dá por completo. “Nosso projeto já vem interessando outros dois Estado, Santa Catarina e Bahia”, confidenciou Takamatsu.

No ano de 1999 foram utilizadas no Brasil 7 bilhões de embalagens laminadas. A estimativa é que até 2005 esse número chegue em 10 bilhões. Esse tipo de embalagem é um grande problema para as cidades, normalmente só 15% é reaproveitado. “Hoje em dia não se fala mais em ecologia sem levantar a questão social. Por isso, com a usina, Curitiba dá mais uma vez um passo à frente”, comentou a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Marina Taniguchi. A presidente da Fundação Banco do Brasil, Heloísa Helena de Oliveira, fez coro ao valorizar a questão social da usina, que irá beneficiar inúmeros carrinheiros que recolhem material pela cidade. “Estaremos enviando também kits de orientação de coleta seletiva para vários prefeitos do interior, que em breve poderão contar coma tecnologia de reciclagem”, afirmou Heloísa.

O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ramiro Wahrhaftig, demostrou todo seu orgulho pelo projeto pioneiro ter sido feito no Paraná. “Esse projeto representa muito. Caracteriza a força que o Estado tem na questão da tecnologia e do desenvolvimento sustentável”, analisou, destacando que a usina pode ter sua capacidade aumentada para três toneladas diárias.

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