A Usina de Serra da Mesa, localizada na Bacia do Alto Tocantins, em Goiás, está com as operações paralisadas em atendimento a uma determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A estatal Furnas, uma empresa do grupo Eletrobras, é a operadora da hidrelétrica e possui contrato de arrendamento com a CPFL, o qual prevê que a CPFL Geração suprirá Furnas com 51,54% da disponibilidade da potência de energia da usina. O acordo corresponde a um total de 345,4 MW médios.
Conforme o contrato de arrendamento, o risco de operação da usina é de Furnas. Dessa forma, a CPFL informou por meio de sua assessoria de imprensa que questões operacionais devem ser respondidas por Furnas. Procurada, a estatal não se manifestou até o fechamento dessa reportagem.
Como o risco operacional é de Furnas, conforme prevê o contrato entre as empresas, a CPFL não está sendo a afetada pela decisão do ONS. O impacto da paralisação sobre Furnas também é limitado, uma vez o volume de energia não produzido em Serra da Mesa deve ser compensado por uma espécie de “condomínio” das usinas, representado pelo Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). A perda é, dessa forma, compartilhada por um grupo de geradores.
A Usina de Serra da Mesa foi uma das hidrelétricas que disponibilizou energia no leilão A-0 realizado no mês passado. O leilão negociou contratos com início de fornecimento entre 1º de maio de 2014 e 31 de dezembro de 2019, ou seja, parte da energia ofertada no certame (oriunda de Serra da Mesa) não está disponível no mercado neste momento. O leilão A-0 fez parte do pacote de socorro financeiro do governo federal às distribuidoras ao diminuir a exposição involuntária das concessionárias ao mercado de curto prazo.