Precisando gerar caixa às pressas, a Usiminas acaba de contratar o Credit Suisse como assessor financeiro para a venda integral de sua subsidiária Usiminas Mecânica, que atua no segmento de bens de capital, apurou o Broadcast, agência em tempo real da Agência Estado. Além disso, a Usiminas poderá considerar ofertas por outras unidades de negócios de sua carteira, afirmaram fontes de mercado.

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No fim de janeiro, o Broadcast já havia antecipado que a empresa convivia com uma certa falta de agilidade para a venda de ativos. Um exemplo dado por uma fonte foi de que houve um contato de uma companhia chinesa interessada para a aquisição da Usiminas Mecânica, mas que a operação não chegou a andar.

Na realidade, a Usiminas possui poucos ativos à disposição para serem negociados e a subsidiária de bens de capital é apontada como seu melhor deles em mãos para ser vendido. Essa venda, se concretizada, deverá dar pouco refresco para a atual situação financeira da siderúrgica mineira, que na semana que vem deverá apresentar seu segundo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestral negativo – ou seja, a empresa está ao menos há seis meses queimando caixa. Em 2012, quando se discutiu a venda dessa unidade, o valor citado era de cerca de R$ 1 bilhão, montante que já se depreciou dado o contexto de mercado e os inúmeros ativos à venda no País.

No terceiro trimestre do ano passado, a Usiminas Mecânica encerrou com uma receita líquida de R$ 217,4 milhões e Ebitda ajustado de R$ 22,6 milhões.

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Além da Usiminas Mecânica, fontes afirmam que já foi discutido internamente a venda de outros ativos não estratégicos, como a sede da Usiminas em Belo Horizonte para um fundo, imóveis e sua fatia excedente da ferrovia MRS.

No entanto, uma injeção de capital segue como única alternativa para a empresa, conforme fontes. Ao fim de setembro, a Usiminas registrava um caixa de R$ 2,4 bilhões, mas a empresa não tem acesso a grande parte desses recursos, já que R$ 1,3 bilhão desse total estava na Mineração Usiminas (Musa). A sócia da Musa, a japonesa Sumitomo, seria desfavorável à liberação do caixa ao controlador, apurou o Broadcast.

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Da dívida bruta da Usiminas, que era de R$ 8,1 bilhões ao fim de setembro, cerca de R$ 1,7 bilhão – ou 20% – vence neste ano. Desde o ano passado, no entanto, a siderúrgica vem conversando com seus credores bancários para alongar a dívida. Esse passivo está concentrado nas mãos dos três principais bancos do País (Itaú, Bradesco e Banco do Brasil), além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Japan Bank for International Cooperation (JBIC).

Procurados, Usiminas e Credit Suisse não comentaram até o fechamento dessa reportagem. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.