A unidade francesa do gigante bancário suíço UBS foi colocada sob investigação formal, como parte de uma investigação sobre se a instituição tentou ajudar ricos franceses a sonegar impostos, disseram promotores nesta sexta-feira, 31. Os investigadores decidiram apresentar queixa contra o braço francês da UBS por cumplicidade no aliciamento ilegal de clientes na França. A decisão seguiu interrogatório do executivo-chefe da unidade, Jean-Frederic de Leusse, que se arrastou por toda sexta-feira, 31, disseram os promotores em Paris.
Os promotores estão investigando se o UBS na França possibilitou um sistema sob o qual a matriz na Suíça seria capaz de se aproximar e, às vezes encorajar os clientes franceses a abrir contas em bancos suíços que lhes permitiria fugir dos impostos. Sob a lei francesa, apenas entidades francesas registradas podem recrutar clientes na França.
Os magistrados optaram por não colocar o banco sob investigação por lavagem de dinheiro, nomeando-o uma testemunha material na investigação. Esse tipo de testemunha é considerada como tendo um conhecimento mais profundo sobre um caso e que tem acesso a documentos judiciais.
Magistrados irão nomear um administrador para supervisionar as operações no banco durante a investigação, disseram os promotores.
O porta-voz do UBS, Dominique Gerster, disse que a decisão dos magistrados “não foi inesperada”, e deve ser vista no contexto da investigação em curso. “UBS (França) desenvolve a sua atividade em plena conformidade com as leis e regulamentos franceses”, disse. Gerster também afirmou que o “UBS France continuará a cooperar plenamente com as autoridades no âmbito jurídico francês.”
Uma condenação poderia ser um duro golpe para o UBS, quatro anos após o banco suíço ter pago US$ 780 milhões e entregado os nomes de cerca de 4.500 contribuintes norte-americanos com contas secretas para evitar acusações criminais nos EUA.
A França vem tentando reprimir a evasão fiscal com o governo socialista do presidente François Hollande se esforçando para reduzir seu déficit orçamentário. As informações são da Dow Jones.