União Européia quer voltar a debater livre comércio com o Mercosul

A comissária agrícola da União Européia (UE), Mariann Fischer Boel, admitiu nesta segunda-feira (15) que as negociações para uma área de livre comércio entre o Mercosul e a UE estão congeladas, mas ressaltou que há intenção de retomar as discussões. "Elas (as negociações) estão congeladas a 30º abaixo de zero", completou o presidente da Comissão Nacional de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gilman Viana Rodrigues.

Em reunião realizada nesta segunda-feira, Boel reconheceu o papel fundamental da UE para destravar a Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). "Estamos mandando mensagens claras para mostrar nossos desejos. Estar no Brasil é importante porque este é o maior mercado da União Européia. Estamos engajados e espero que consigamos chegar a uma solução para as diferenças", afirmou a comissária, segundo informações da assessoria de imprensa da CNA.

Em relação aos subsídios domésticos, a comissária afirmou que a política agrícola européia está em processo de reforma, que pretende reduzir a remuneração direta e desassociá-la da produção para não distorcer o mercado. A comissária contou que a UE possui cerca de 12 milhões de propriedades rurais, com 16 hectares em média. Essas características dificultam a produção em escala e oneram o custo de produção dos europeus, principalmente em relação à carne bovina, produzida com gado leiteiro de qualidade diferente dos animais criados a pasto. Segundo a comissária, a redução dos apoios internos depende de negociações multilaterais e a OMC é o melhor espaço para debater isso.

Sobre a retirada dos subsídios ao leite em pó e outros produtos lácteos, a comissária explicou que, desde o início da década de 1990, têm sido feitas reformas para equilibrar o mercado. "No momento em que o mercado funciona, tomamos a decisão de eliminar todos os subsídios até 2013. Tendo uma situação positiva, não vamos abolir; apenas reduzir para zero", declarou.

Etanol

Boel defendeu a produção sustentável de etanol e disse que é preciso criar certificações que identifiquem esse processo. "A Amazônia é uma região extremamente crucial e a mensagem que o presidente Lula levou à Europa precisa ser seguida para termos boa base de cooperação", afirmou.

Ela destacou também a importância do zoneamento para produção de álcool que está sendo elaborado pelo governo brasileiro. Questionada sobre os ataques de produtores europeus à carne brasileira, a comissária afirmou que é necessário ter certeza de que o Brasil está fazendo sua parte para defendê-lo de acusações. "É preciso adotar uma postura transparente", completou. As informações são da assessoria de imprensa da CNA.

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