União Europeia quer que Grécia adote novas medidas

A União Europeia está pressionando a Grécia para, urgentemente, adotar medidas adicionais de austeridade, equivalentes a 4 bilhões de euros. As ações serviriam para que o país atingisse seu objetivo de cortar o déficit do orçamento em quatro pontos porcentuais este ano, disse hoje uma autoridade do governo grego.

As novas medidas podem incluir aumento no atual imposto de 19% sobre o valor agregado, redução maior nos benefícios do setor público e impostos mais elevados para itens de luxo, como barcos e automóveis caros. “Eles estão nos dizendo que as medidas atuais irão produzir um corte de apenas dois pontos porcentuais (no déficit em relação ao PIB). Eles estão nos pressionando para adoção de outro pacote de cerca de 4 bilhões de euros”, disse a autoridade. “A Grécia acredita que um pacote de 2 bilhões de euros a 2,5 bilhões de euros será suficiente para atingir as metas”, acrescentou.

Autoridades da União Europeia, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE) estiveram em Atenas esta semana, para avaliar o andamento de cortes no deficitário orçamento grego. “Os inspetores foram embora ontem à noite. O pacote final será discutido com (o comissário de Assuntos Econômicos Europeu) Alli Rehn, que ficará no país até a segunda-feira. É provável que (o pacote final) seja divulgado na mesma semana”, afirmou a autoridade do governo grego.

A Comissão Europeia e os ministros das finanças da União Europeia deram à Grécia um prazo até 16 de março para apresentar planos de corte de seu déficit orçamentário. A Grécia está sob intensa pressão da União Europeia e dos mercados financeiros para reduzir o déficit de seu orçamento, estimado em 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, quatro vezes superior ao limite previsto pela União Europeia.

O governo socialista prometeu cortar o déficit para 8,7% do PIB este ano e para abaixo do limite de 3% da União Europeia até 2012. Para atingir o objetivo, o governo anunciou uma série de cortes de gastos e aumento de impostos, prevendo, com isso, promover economia de 8 bilhões de euros a 10 bilhões de euros e receitas adicionais.

Até agora, as medidas incluem congelamento dos salários dos servidores e corte, em média, de 10% dos benefícios do setor público, além de aumento dos impostos sobre combustíveis e ajustes nos impostos de certas categorias profissionais que pagavam menos do que o justo.

A Grécia também está avaliando o aumento adicional nos impostos sobre combustíveis, enquanto a União Europeia pediu ao governo que corte de um dos dois meses extras de pagamento aos servidores públicos que recebam salário por mais de 12 meses ao ano. O governo resiste a essa ideia. As informações são da Dow Jones.

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