Para tentar concorrer contra a carne de porco do Brasil e diante da alta dos preços das commodities que servem de alimentos para os animais, a União Européia (UE) anunciou nesta quinta-feira (29) que passará a subsidiar as exportações de carne suína do bloco. O anúncio ocorre exatamente quando 151 países tentam fechar um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC) para acabar com os subsídios à exportação.
As exportações de carne suína do Brasil vêm observando um crescimento que está gerando preocupação na Europa. Alguns meses de 2007, como abril, registraram altas de mais de 100% nas exportações em comparação a 2006. Mas com a ajuda da UE, os produtores brasileiros já alertam que podem sofrer concorrência desleal em terceiros mercados, já que terão de competir com o produto subsidiado da Europa.
Segundo Bruxelas, a decisão de dar os subsídios foi tomada para "ajudar os produtores diante de uma situação difícil de mercado". Para cada cem quilos exportados, os produtores receberão a partir de amanhã entre 19,4 euros e 31,1 euros.
Na avaliação da Comissão Européia, os altos custos dos produtos que servem para alimentar os porcos serviu como um dos principais motivos para a criação dos subsídios. Parte da ração é feita de milho, uma das commodities em alta diante de seu uso para a fabricação do etanol nos Estados Unidos. Outra parte é produzida com base em cereais e, para conter a alta nesse setor, a UE autorizou a importação de grãos sem a cobrança de tarifas aduaneiras.
