Mais de um mês depois do fim da greve dos funcionários dos Correios, muitos cidadãos paranaenses ainda estão recebendo suas correspondências com considerável atraso. Enquanto a direção dos Correios no Paraná aponta questões pontuais que estão sendo resolvidas e promete normalizar os serviços, o sindicato dos trabalhadores culpa problemas estruturais e de falta de pessoal e não vislumbra a possibilidade de “limpar os centros de distribuição” em um curto prazo.

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“Estamos trabalhando com um déficit de 800 servidores e, neste último concurso, só está prevista a contratação de 270. Então, não vai solucionar a demanda”, disse o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Luiz Antônio de Souza. Ele disse que os carteiros e atendentes estão cumprindo rigorosamente o acordo firmado na Justiça do Trabalho, de reposição por conta da greve.

“A reposição é por horas de trabalho, até maio do ano que vem, respeitando os limites legais e os intervalos para descanso. Não há garantia de que irá zerar o atraso, ainda mais com essa visível falta de efetivo”, disse. A federação dos servidores negocia com o governo federal a realização de um novo concurso no início do ano que vem.

O secretário do Sintcom-PR ainda aponta problemas estruturais em muitas agências. “Há agências que não têm o serviço de AR (Aviso de Recebimento), outras estão sem veículos. Parece que estão tentando enfraquecer o órgão para depois apontar a privatização como solução. Já vimos esse filme no governo passado”, criticou.

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“No Centro de Distribuição de Colombo, por exemplo, as duas motos que eles têm para as entregas mais distantes estão estragadas, há mais de um mês na oficina”, relatou. O próprio sindicato orienta os usuários a procurarem o Procon para reclamar de eventuais atrasos. “Se a empresa anuncia serviços como o Sedex, que promete entregar no dia seguinte, tem que cumprir. Ela que tem que se estruturar para isso. Não pode prejudicar os clientes”.

É no centro de distribuição de Colombo que está um dos principais problemas na Região Metropolitana de Curitiba. Com as entregas atrasadas, diariamente 50 a 100 pessoas vão à unidade atrás de suas correspondências. “Estou há um mês e meio sem receber nada em casa. Estou vindo aqui pela terceira vez pegar minhas contas para pagar. Já atrasei alguns pagamentos por conta disso”, contou o segurança Cláudio Nogueira.

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“Eles até estão indo semanalmente na minha casa, mas está tudo atrasado. Hoje, recebi uma conta que venceu semana passada. Então vim aqui, novamente, buscar o que era para ter sido entregue essa semana. Perco um dia de trabalho para não atrasar as contas”, lamentou o autônomo Paulo Machado.

A assessoria dos Correios foi procurada para informar sobre estes casos e até o final do dia não deu nenhuma resposta.

Veja galeria de imagens da situação.