Ultramed fecha e não paga funcionários

Os ex-funcionários da Rede de Farmácias Ultramed enfrentam um drama: demitidos após a falência da empresa, não conseguem receber as indenizações a que têm direito. Eles nem mesmo tiveram baixa em suas carteiras de trabalho, o que impede que muitos consigam emprego em outros lugares. A Ultramed pertence aos antigos proprietários da rede Drogamed, e teve a sua falência decretada no último dia 15.

Em uma reunião conciliatória realizada na última sexta-feira no Ministério Público do Trabalho – que toca um processo investigatório contra a empresa devido à quantidade de denúncias que recebeu -, o administrador judicial da empresa prometeu resolver a situação dos empregados ?o mais rápido possível?.

?Isso não é satisfatório, mas é o que se pôde fazer. Na situação em que se encontra o processo de falência, só podemos esperar que haja dinheiro logo para pagar as rescisões?, diz o diretor jurídico do Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba, José Milton Camargo. Segundo ele, 63 comerciários já haviam sido demitidos antes mesmo da falência da empresa. ?E por enquanto não há o número total de demitidos no processo todo?, afirma.

A Ultramed tinha 24 lojas antes da falência, que foi pedida por credores, principalmente da área de medicamentos. Seis filiais, porém, fecharam antes mesmo do encerramento da empresa. ?Saí da empresa fazem seis meses e até agora não recebi nada. Nem mesmo deram baixa na minha carteira de trabalho?, conta uma ex-farmacêutica da rede que preferiu não se identificar. Ela disse que desde o início do ano era comum oficiais de Justiça comparecerem à loja em que trabalhava para recolherem medicamentos como forma da empresa pagar suas dívidas.

Acordo

A esperança dos ex-funcionários está no acordo entre o Sindicato dos Empregados no Comércio, o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado do Paraná e os representantes legais da Ultramed intermediado pelo Ministério Público. O acordo diz que os representantes da massa falida pretendem entregar aos ex-empregados os termos de rescisões contratuais e as guias do seguro-desemprego no prazo máximo de 10 dias, para que não tenham impedimentos de encontrar vagas em outro lugar.

Mas devido à falência, nos termos de rescisões contratuais não constarão valores monetários, já que é necessário antes a liquidação dos bens. ?Não há prazo estipulado para isso e é difícil imaginar quanto tempo pode levar?, diz Camargo. Mesmo assim, os empregados podem requerer a concessão de seguro-desemprego, independentemente de, eventualmente, não haver qualquer depósito em conta de FGTS dos mesmos. Além disso, o administrador judicial se comprometeu em fazer as baixas das CTPS´s dos trabalhadores o mais rápido possível.

A reportagem entrou em contato com o Sindicato dos Farmacêuticos, mas foi informada que a entidade só dará uma posição do caso na segunda-feira (2). A reportagem não conseguiu localizar o administrador judicial nem os advogados da Ultramed.

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