A União Européia deve pedir a abertura de um painel na OMC (Organização Mundial de Comércio) contra a decisão brasileira de proibir a importação de pneus reformados. Ontem, uma comissão brasileira – formada por funcionários do Ibama e InMetro e dos ministérios das Relações Exteriores, Casa Civil, Meio Ambiente – respondeu a uma lista de 37 perguntas sobre a proibição em uma consulta formal feita pelos europeus dentro do Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, em Genebra (Suíça).

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Ao final da reunião, os europeus informaram aos brasileiros que precisavam de mais tempo para decidir se pediriam a abertura de um painel na OMC contra o Brasil ou se acabariam arquivando o processo.

No entanto, funcionários brasileiros que participaram da reunião consideraram que é ?muito provável? que os europeus optem pela abertura do painel. ?Eles não deram nenhuma indicação de que devem encerrar o contencioso?, disse um representante brasileiro. Pelas regras da OMC, a UE terá que examinar as explicações do Brasil por pelo menos 60 dias antes de formalizar uma decisão.

Em 2003, o Brasil proibiu a importação de pneus reformados por meio de decreto. No entanto, o Uruguai levou o caso ao tribunal de arbitragem do Mercosul para garantir as vendas ao sócio comercial. O tribunal deu razão ao Uruguai, e a União Européia quer ter direito ao mesmo tratamento.

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A justificativa do Brasil para a proibição da importação é ecológica. Os pneus reformados, mais baratos, têm apenas um ciclo de vida, ao contrário dos novos, que possuem dois. Dessa forma, a compra desses pneus acelera a formação de resíduos que o País não deseja ter em seu território. Já a UE tem interesse em exportar os pneus porque a legislação local impede sua colocação em aterros sanitários.

Caso seja derrotado pela OMC, o Brasil estuda, entre outras medidas, criar uma tarifa específica de exportação de pneus reformados como forma de inibir sua entrada no País.

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