A União Europeia (UE) reduziu o esquema de ajuda alimentar destinado à população carente do bloco econômico para cerca de um quarto do tamanho anterior, embora a crescente inflação dos alimentos continue prejudicando os consumidores. Os fundos totais que serão aplicados no programa em 2012 são estimados em 113 milhões de euros, ante 500 milhões de euros concedidos nos últimos anos, afirmou a Comissão Europeia em um comunicado divulgado hoje.
A medida surge após a Corte de Justiça ter decidido em abril que o esquema deve ser mantido pelos estoques de alimentos do bloco europeu, que atualmente somam 162 mil toneladas de cereais e 54 mil toneladas de leite em pó desnatado. As reservas de produtos alimentícios da UE diminuíram depois que a Política Agrícola Comum – um sistema de subsídios à agricultura – foi reformada para refletir com mais clareza as tendência do mercado.
Cerca de 43 milhões de pessoas estão em risco de pobreza no bloco, o que indica que eles não podem pagar uma refeição adequada todos os dias. Além disso, a inflação anual dos preços dos alimentos na UE está em alta de 2,7% em maio, leitura mais forte desde dezembro de 2008. Com isso, a população mais carente deve sentir dolorosamente a redução dos fundos destinados ao programa.
O comissário de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Dacian Ciolos, apelou por um novo acordo que permita que uma quantia maior de suprimentos seja tomada do mercado aberto. Tal proposta foi apresentada no ano passado, mas ainda não se chegou a um consenso com relação às mudanças. “A solução mais fácil seria os países membros da UE concordarem com a proposta que está sobre a mesa e já tem apoio político do Parlamento Europeu”, disse ele. As informações são da Dow Jones.