UE recusa criação de fundo para ajudar países do leste

Alguns líderes do leste europeu se juntaram à Alemanha em oposição à criação de um fundo da União Europeia para resgatar países na região, apesar do aumento de sinais de problemas financeiros no leste. Na conclusão da cúpula da União Europeia neste domingo (1º), os líderes dos 27 países do bloco também disseram que o primeiro passo para a reforma do sistema de regulamentação e supervisão do setor bancário da União Europeia deve ser dado apenas no final de junho.

A Hungria chegou à reunião com um pedido de ajuda de 190 bilhões de euros que poderia ser fornecido pelos bancos centrais da Europa central e do leste para ajudar a recapitalizar os bancos comerciais. A Alemanha, maior potência do bloco, se opôs firmemente à proposta, levanto junto alguns dos governos do leste europeu temerosos de serem excluídos de participarem das linhas de financiamento europeu. Algumas das economias da Europa estão apenas financeiramente ameaçadas, disseram eles. “A situação é muito diferente” nas economias da Europa, afirmou a Chanceler Angela Merkel. “Não podemos comparar a Eslováquia e Eslovênia com a Hungria”. Merkel disse que os países podem continuar recebendo ajuda, mas separadamente.

Ao apresentar sua proposta, o primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsancy, advertiu que sem ajuda uma outra cortina de ferro pode separar novamente as economias do leste das economias do ocidente. Mas outros líderes do leste europeu argumentaram que nem todas os países da região estão enfrentando os mesmo problemas que a Hungria e que, em alguns casos, as economias da europa ocidental estão em grandes dificuldades. Aprovar um fundo apenas para ajudar os países do leste pode efetivamente separar o bloco em dois, argumentaram. “Eu não acredito que é necessário separar os países do leste europeu do resto da União Europeia”, afirmou o primeiro-ministro da República Tcheca, Mirek Topolanek.

O primeiro-ministro da Polônia endossou seu colega da República Tcheca dizendo que, embora seja importante para os membros da União Europeia demonstrar solidariedade, isso deve ser aplicado para a Europa como um todo. De acordo com ele é preciso separar os países que estão com dificuldades dos que não estão. “Somos a favor do apoio aos países que precisam, como a Hungria, mas existem vários outros países na Europa central e ocidental que não estão necessitando de ajuda, como a Polônia, República Tcheca e Eslováquia, assim como vários outros países na zona do euro precisam de ajuda.”

Os membros da Europa ocidental também concordaram que ao fornecerem ajuda para seus bancos eles não podem evitar que esses fundos sejam usados para ajudar as subsidiárias no leste europeu. “O suporte para a matriz dos bancos não implica em qualquer restrição nas atividades das subsidiárias em outros países da União Europeia.”

De acordo com o comunicado, os líderes se comprometeram a “trazer a economia real de volta para os trilhos fazendo o máximo uso possível de seu mercado interno, que é a chave da recuperação.” Os líderes também disseram que a recuperação do crédito será crucial se os pacotes de estímulo fiscal anunciados em vários países da União Europeia forem para estimular a demanda e ajudar na recuperação. No comunicado da cúpula os liderem também indicaram que quando formularem planos para lidar com “ativos de riscos dos bancos”, os governos devem garantir que não estão dando aos bancos um vantagem competitiva injusta.

Em relação à reforma de regulamentação bancária e à criação de um novo órgão de supervisão regional responsável pelo monitoramento do risco sistêmico no exterior, e para a harmonização gradual de regras de regulamentação para todo o bloco, a decisão da cúpula deixou alguns membros frustrados. A recomendação aprovada foi de deixar as regulamentações diárias dos bancos e de outras instituições financeiras para os reguladores nacionais. Essa decisão desapontou autoridades monetárias da região que esperavam a criação de um órgão regulador central. As informação são da Dow Jones.

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