UE proporá ao G-20 saída coordenada da crise

Líderes europeus reunidos nesta quinta-feira em Bruxelas concordaram com a imposição de limites aos bônus pagos executivos do setor financeiro e levarão uma proposta conjunta sobre o tema à reunião do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo), marcada para a próxima semana nos Estados Unidos.

Os líderes da União Europeia (UE) também querem que seus parceiros no G-20 aceitem uma maior coordenação das políticas econômicas e que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tenha um papel central. Para o bloco, os integrantes do G-20 devem coordenar a forma como os governos retiram as medidas de estímulo neste momento no qual a economia global começa a dar sinais de recuperar-se da crise.

Os chefes de Estado e de governo dos países da UE proporão aos demais participantes do G-20 que concordem em impor uma regulamentação mais rigorosa às instituições financeiras e em estabelecer penalidades para quem descumprir os limites.

“Do nosso ponto de vista, a bolha dos bônus explodiu esta noite”, declarou o primeiro-ministro da Suécia, Fredrik Reinfeldt, em entrevista coletiva concedida depois do encontro de hoje em Bruxelas. Ele disse também que os líderes da UE acham que é muito cedo para retirar os estímulos, uma vez que a economia global continua frágil. A Suécia ocupa a presidência de turno da UE.

Por sua vez, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, assegurou aos jornalistas que os líderes de todos os 27 países da UE concordam que não se pode repetir o “escândalo” dos bônus pagos a executivos e traders que encorajaram instituições financeiras a assumir grandes riscos. Ainda de acordo com Sarkozy, a França e a UE estão dispostas a impor, unilateralmente, os limites a esses bônus.

Para ele, a melhor forma de limitar os bônus pagos aos altos executivos das instituições financeiras é a imposição de regras mais rigorosas sobre o capital dos bancos.

“A ideia de que (as exigências sobre) o capital dos bancos aumentaria proporcionalmente aos negócios especulativos que geram esses bônus infames me parece o meio mais eficaz de limitá-los”, declarou o líder francês. “Essa metodologia tem uma vantagem: as taxas de capitalização dos bancos são obtidas a partir de contas consolidadas, e elas englobam todas as unidades de um banco”, elaborou.

Os líderes europeus reuniram-se hoje para definir a postura do bloco no próximo encontro do G-20, marcado para 24 e 25 de setembro em Pittsburgh, no Estado americano da Pensilvânia.

Sarkozy vinha ameaçando retirar-se do encontro caso os Estados Unidos e demais participantes se recusassem a buscar um acordo para impor limites aos bônus pagos a executivos.

Até algumas semanas atrás, o Reino Unido relutava em aceitar limites aos bônus pagos aos executivos. Mas as objeções de Londres começaram a se esvair esta semana, depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou-se disposto a elaborar novas regulamentações.

Também em Bruxelas, a chanceler alemã, Angela Merkel, adiantou que a UE deverá pressionar pela imposição de um imposto sobre transações financeiras. Segundo ela, Alemanha, França e Reino Unido concordam em princípio com a tarifa. As informações são da Dow Jones.

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