A Comissão Europeia prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha vai cair 0,4% este ano, menos que o recuo de 0,6% previsto em fevereiro. Para 2011, a Comissão prevê expansão de 0,8% do PIB espanhol, menos que a alta de 1% estimada há três meses. O governo do país, por sua vez, projeta queda de 0,3% para o PIB este ano e expansão de 1,8% no ano que vem.
“A crise teve um peso tanto sobre os empregos, especialmente nos setores de produtividade baixa, quanto sobre as finanças públicas, o que pode resultar em desemprego elevado no longo prazo e numa piora da sustentabilidade das finanças públicas”, disse a Comissão. O braço executivo da UE prevê que o déficit orçamentário da Espanha será de 9,8% do PIB este ano e de 8,8% em 2011. O governo espanhol projeta déficit de 9,8% para este ano e de 7,5% para 2011.
Para Portugal, a Comissão projeta expansão de 0,5% do PIB este ano e de 0,7% em 2011, refletindo o aumento das exportações em meio aos fracos gastos com consumo e à queda dos investimentos. Em fevereiro, a Comissão havia previsto expansão de 0,3% para o PIB português este ano e de 1% em 2011. O governo do país projeta aumento de 0,7% do PIB este ano e de 0,9% no próximo.
O país registrou um déficit orçamentário de 9,4% do PIB em 2009. O ministro de Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, prometeu reduzi-lo para 2,8% em 2013. A Comissão da UE projeta que o déficit português atingirá 8,5% do PIB este ano e cairá para 7,9% em 2011.
Zona do euro
Apesar das preocupações com a situação de endividamento de diversos países e com o desemprego persistentemente elevado, a Comissão Europeia aumentou sua previsão de crescimento para o PIB da zona do euro como um todo em 2010 para 0,9%. Em fevereiro, a previsão para a área composta pelos 16 países que adotam o euro como moeda havia sido de expansão de 0,7%.
A estimativa de crescimento do PIB para os 27 Estados-membros da União Europeia também passou de 0,7% para 0,9%. Para 2011, o braço executivo da UE projeta expansão de 1,5% para a zona do euro e de 1,75% para a UE. A Comissão prevê ainda uma taxa de desemprego de 10,3% para a zona do euro este ano e de 10,4% no próximo.
Em entrevista coletiva hoje, o comissário europeu para assuntos monetários e econômicos, Olli Rehn, disse que a queda do euro para o menor nível perante o dólar em 12 meses – a moeda chegou a ser cotada hoje a US$ 1,2914, na mínima – deve-se à especulação, que “atingiu níveis quase eufóricos”.
Rehn destacou que os problemas de dívida da Grécia são únicos, já que o país foi o único a esconder seu grande déficit orçamentário. A Espanha, que viu o custo para a tomada de empréstimos disparar ontem, não precisa de um plano de ajuda semelhante. As informações são da Dow Jones.