UE endurecerá exigência para entrada de produto animal

A União Européia (UE) anuncia que irá endurecer suas exigências para a entrada de produtos animais no mercado de seus 27 países para evitar doenças como febre aftosa, vaca louca e outros problemas relacionados à saúde animal. Nesta quarta-feira (19) a UE apresentou sua nova estratégia para o setor, que será válida até 2013, e prevê até a identificação eletrônica do gado. Os europeus deram ao Brasil até outubro para que o País prove que tem condições de rastrear o gado e que cumprirá as exigências da UE para que as exportações de carne sejam mantidas.

Em 2001, o surto de vaca louca na Inglaterra gerou 11 bilhões de euros em prejuízos e o extermínio de 10 milhões de animais. Desde então, o tema passou a ser central na agenda dos europeus. Mas, com os surtos que insistem em aparecer, a UE afirma que não há outra opção senão reforçar seus mecanismos de controle.

A idéia dos europeus é de, nos próximos seis anos, colocar todo o foco em medidas de prevenção tanto dentro do bloco como na importação. Os europeus são os maiores importadores de alimentos do mundo e, segundo o comissário de Saúde Animal da UE, Markos Kyprianou, o controle é fundamental tanto para a economia como para a saúde dos cidadãos.

Monitoramento

Mecanismos de monitoramento de doenças serão reforçados e instrumentos de controle serão implementados para minimizar os impactos de eventuais surtos, entre eles o da gripe aviária. Além disso, medidas de segurança serão exigidas de fazendas, nas fronteiras e mesmo no transporte de animais. Um maior controle também será implementado nos aeroportos para evitar que passageiros circulem com alimentos.

A estratégia, segundo Bruxelas, é fruto de três anos de pesquisas e negociação com produtores europeus e estrangeiros, e custará 2,8 bilhões de euros para ser implementada até 2013. Para entrar em vigor, as medidas ainda precisam contar com a aprovação do Parlamento Europeu, o que deve ocorrer nos próximos dois meses.

Importações

Quanto às importações, a decisão da UE é de rever seus mecanismos para permitir um acompanhamento maior em relação aos produtores considerados mais sensíveis – entre eles os de carne bovina, de frango e pescados. "O objetivo é ter o maior nível de proteção possível contra diferentes ameaças que certas importações possam representar à saúde humana e animal", afirma a UE.

Os europeus afirmam que a idéia é combater o problema em seu país de origem. Para isso, Bruxelas afirma que as barreiras não vão simplesmente se proliferar, mas que haverá uma maior comunicação com os países que exportam para o mercado do bloco. A UE afirma estar preparada para ajudar os países a implementarem as novas exigências e ainda criar mecanismos de alerta sobre produtos antes que cheguem aos portos europeus.

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