UE: dívidas podem prejudicar recuperação econômica

Economistas da União Europeia preveem crescimento moderado para a maior parte da região até 2015 e alertam que o endividamento e o fantasma da deflação podem sabotar a recuperação econômica.

Segundo relatório semestral de projeções publicado pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deverá crescer 1,2% este ano e 1,8% em 2015, após dois anos de contração. Para a UE como um todo, a previsão é de expansão de 1,5% em 2014 e de 2% no ano que vem.

Na avaliação da comissão, o impacto da austeridade orçamentária, um fator que prejudicou bastante o crescimento da zona do euro desde a crise iniciada em 2009, deverá diminuir este ano. Ao mesmo tempo, as reformas de políticas nas economias mais fracas do bloco começam a dar frutos, ajudando a impulsionar seus setores exportadores, afirmou a entidade.

A previsão de crescimento na área do euro, no entanto, não deverá ser suficiente para conter o desemprego na região, que deverá ficar em torno dos níveis recordes de 12% em 2014, antes de desacelerar para 11,7% em 2015.

Além disso, a modesta recuperação deve enfrentar alguns grandes desafios. As dívidas de governo, famílias, empresas e bancos continuam muito elevadas em alguns países do bloco, de acordo com o relatório. E a inflação baixa – ou mesmo a ameaça de deflação – tende a agravar ainda mais a questão do endividamento.

“Muito depende da estabilidade das expectativas de inflação no médio prazo”, comentou Marco Buti, diretor-geral do departamento de economia da comissão. “Se (as expectativas) diminuírem, o aumento correspondente nas taxas de juros reais e no endividamento tornaria mais difícil a aceleração do crescimento.”

A comissão também prevê que a inflação na zona do euro ficará em 1% em 2014 e 1,3% em 2015, taxas bem menores do que a meta do Banco Central Europeu (BCE), de pouco menos de 2%.

As previsões da comissão servem de referência para o nível de austeridade ao qual os governos da região deverão se submeter para atender as regras orçamentárias da UE, que geralmente exige déficits de orçamento menores que 3% do PIB. Ainda que o orçamento geral do bloco esteja caindo abaixo desse nível neste ano, alguns dos maiores países da zona do euro ainda precisam se esforçar para alcançar as metas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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