UE considera fim dos subsídios

A União Européia (UE) declarou-se disposta, sob certas condições, a marcar uma data para a eliminação dos subsídios agrícolas, durante uma reunião que aconteceu ontem, em Genebra, onde os 146 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) retomaram as discussões visando à liberalização do comércio mundial. “Entendemos que os subsídios à agricultura representam uma questão crucial para um certo número de países”, disse a negociadora européia para a Agricultura, Mary Minch, em entrevista coletiva na sede da OMC.

A UE esclareceu que está disposta a marcar uma data para a eliminação das ajudas à agricultura se obtiver de seus sócios na OMC um “paralelismo” com as outras formas de apoio à exportação. Acusados de prejudicar os camponeses dos países pobres, os subsídios agrícolas foram o tema que levou ao fracasso a conferência ministerial da OMC no balneário mexicano de Cancun, em setembro passado.

Esta semana, foram retomadas em Genebra as discussões na OMC, que pretende reativar, antes do fim de julho, as negociações sobre a liberalização do comércio mundial iniciadas em Doha (Qatar) no ano de 2001. “Para que avancemos, temos que compreender claramente o que os demais países estão dispostos a colocar sobre a mesa”, disse a negociadora européia. “Devemos saber o que significa paralelismo para os membros da OMC que usam outros instrumentos de apoio à exportação”, explicou, citando os créditos à exportação, as empresas comerciais de Estado e a ajuda alimentícia, utilizados por países como Estados Unidos, Canadá e Austrália.

A UE mudou sua posição e o comissário de Agricultura dos Quinze, Franz Fischler, disse recentemente que o bloco de países europeus está disposto a discutir o fim dos subsídios às exportações agrícolas de todos os produtos. A negociadora européia reafirmou que a UE “está disposta a discutir essa questão muito seriamente”. Os protagonistas das negociações reafirmaram, nas semanas anteriores a essa reunião em Genebra, que esperam fechar um acordo sobre “as modalidades” de negociação, deixando para o fim do ano as discussões sobre os detalhes do acordo.

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