Genebra (AE) – A União Européia (UE) irá se reunir com o presidente da Bolívia, Evo Morales, nesTe fim de semana para cobrar de La Paz uma ?postura responsável? em relação aos investidores estrangeiros.
Durante a Cúpula Ibero-americana, que ocorre no Uruguai, a comissária de Relações Exteriores da Europa, Benita Ferrero-Waldner, agendou uma conversa com Morales. ?A mensagem será clara: a Bolívia precisa recriar um clima de confiança com os investidores??, afirmou um funcionário de alto escalão em Bruxelas que pediu para manter o anonimato.
Para os europeus, uma situação mais favorável e de estabilidade jurídica será essencial para que os bolivianos consigam atrair mais investimentos nos próximos anos. ?Sempre tivemos ótimas relações com a Bolívia. Mas ficamos inquietos com as medidas de nacionalização de alguns setores, como o de petróleo. Precisa haver um clima cômodo e seguro para os investidores?, defendeu o negociador europeu.
Os interesses espanhóis são os principais afetados na Europa pelas medidas de Morales. Por meio da Argentina YPF, a empresa espanhola Repsol atua em 27% das reservas de gás da Bolívia, calculadas em 48,7 bilhões de pés cúbicos. Desde 1997, os investimentos espanhóis chegam a US$ 1,1 bilhão em uma área de cerca de sete mil quilômetros quadrados, e a empresa garante ser um dos principais contribuintes fiscais ao país andino.
Segundo a Repsol, esse volume de recursos somaria US$ 1 2 bilhão em impostos e pagamento de royalties. Mas não são apenas os espanhóis que querem que a UE defenda seus interesses. Benita Ferrero Waldner também teria instruções dos governos da Inglaterra, Bélgica e França para tratar do assunto da nacionalização do gás. Empresas como a British Petroleum e franco-belga TotalElf também são investidoras na Bolívia.
?A base de uma relação com empresas estrangeiras deve ser o diálogo e esta é nossa posição em relação ao futuro do setor do petróleo na Bolívia?, afirmou o funcionário europeu.
