O UBS cortou o preço-alvo para 12 meses da BM&FBovespa, de R$ 11,00 para R$ 10,50, segundo relatório enviado ao mercado. De acordo com o documento, diante dos baixos volumes de negociação, da diversificação de receitas limitada e do pouco espaço para corte de despesas, pontos que são foco para este ano, e depois de observar os volumes de negociação neste início de ano, a instituição revisou seus modelos e reduziu também suas estimativas para o lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) para 2015 e 2016 da companhia.
Segundo o documento, o programa de recompra de ações da companhia, com o consequente cancelamento dos papéis, garantiu que o corte da projeção para o lucro por ação fosse menor do que para o lucro líquido. Entre as estimativas do UBS, o Ibovespa deve chegar a 56 mil pontos ao fim deste ano e o volume médio diário no segmento Bovespa em R$ 7,2 bilhões em 2015 e em R$ 8,3 bilhões em 2016. Em derivativos, é esperado um volume médio diário de 2,8 milhões de contratos neste ano, passando para 3,1 milhões no ano seguinte.
O UBS aponta que a visão é de cautela do ponto de vista macroeconômico para este ano, com uma pequena melhora para 2016. O aumento dos juros neste ano, destacam os analistas Frederic De Mariz, Mariana Taddeo e o estrategista Philip Finch, que assinam o relatório, irá impactar negativamente os volumes de negociação em 2015.
“Considerando um custo de capital próprio de 14,7%, o preço da ação precisa estar abaixo de R$ 9 para justificar uma recomendação de compra”, afirmam. Na última sexta-feira a ação da Bolsa encerrou cotada a R$ 9,69. Por outro lado, os profissionais consideram que, do ponto de vista conservador, se os volumes de negociação ficarem estáveis, o preço justo da ação seria R$ 7.
“Enquanto o cenário macroeconômico complicado (risco de racionamento, aumento de desemprego, menor atividade das companhias de construção) poderia ajudar no negócio de derivativos (maior demanda por hedge), isso irá prejudicar ações com um nível baixo do Ibovespa e baixo turnover (giro das ações nas mãos dos investidores)”, destaca o documento.
O UBS acredita ainda que a questão da disputa da companhia na justiça sobre a autuação da Receita Federal que questiona a amortização do ágio na incorporação das ações da Bovespa Holding pela BM&FBovespa ainda deve demorar.