O Twitter anunciou nesta quinta-feira, 27, que vai cortar cerca de 300 funcionários – 9% de sua força de trabalho global –, em um esforço para tentar ser uma empresa lucrativa a partir de 2017. O anúncio foi feito em conjunto com a divulgação dos resultados financeiros da empresa para o terceiro trimestre de 2016.

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“Estamos ficando mais disciplinados sobre como investimos no negócio, e nosso foco é ter lucro em 2017”, disse o diretor financeiro da empresa, Anthony Noto. No período entre julho e setembro de 2016, o Twitter registrou prejuízo líquido de US$ 102,9 milhões, equivalente a US$ 0,15 por ação. Com a exclusão de certas despesas, porém, a empresa teve lucro de US$ 0,13 por ação – totalizando cerca de US$ 89 milhões.

Os resultados empolgaram Wall Street: apesar das ações do Twitter operarem com desvalorização de 45% nos últimos 12 meses, os papeis da empresa tinham forte alta de 4,8% no pré-mercado de Nova York na manhã desta quinta-feira.

Na comparação anual, a receita do Twitter subiu 8,2% no último trimestre, a US$ 615,9 milhões. O ganho na receita foi o menor já registrado pela companhia e marcou o nono trimestre consecutivo de declínio no crescimento. A projeção do mercado, no entanto, era de receita menor, a US$ 606 milhões.

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Em setembro, o Twitter chegou a 317 milhões de usuários ativos, alta de 1,7% ante o trimestre imediatamente anterior. É pouco perto dos níveis de 15% de crescimento trimestre a trimestre registrados antes da época da abertura de capital da empresa, no final de 2013.

Nas últimas semanas, a empresa tem sido rodeada por boatos de que poderia ser vendida: nomes como Google, Disney e Salesforce foram aventados, mas as empresas negaram interesse na transação. Para analistas, a aparente falta de interesse forçou a empresa a considerar uma rota alternativa para redes sociais: se reestruturar. As demissões devem fazer parte desse processo.

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Não é a primeira vez que o Twitter decide cortar funcionários: há cerca de um ano, quando o cofundador Jack Dorsey reassumiu a presidência executiva da empresa, a rede social cortou 8% de sua força de trabalho global.

Salesforce. Na última quarta-feira, o presidente executivo da Salesforce Marc Benioff falou mais sobre o projeto de aquisição do Twitter: segundo ele, a compra seria uma prioridade para ele, caso os acionistas da empresa não tivessem conhecido seus planos.

Alguns consideraram que o Twitter não servia para Salesforce.com, cuja plataforma é popular entre equipes de vendas. Benioff disse que ele foi forçado a abandonar o negócio quando os investidores começaram a expressar preocupações. “Nós nunca tivemos um vazamento de negócio antes, nós realmente não compreendemos essa dinâmica”, disse Benioff, que é um ávido usuário do Twitter.