A implantação da TV Digital no Brasil tem contribuído para proteger alguns setores empresariais dos efeitos da crise financeira. É o que afirma o representante da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Carlos Aberto Fructuoso. “Até agora a crise não afetou em nada os nossos contratos. Neste ano, crescemos cerca de 20% em relação a 2007”, disse.
Segundo ele, o período entre os finais de dezembro e abril apresenta-se historicamente como o de maior queda nas vendas para o setor, independentemente da crise. “Este é justamente o período de pico dos reflexos da crise internacional no Brasil. Por isso, nossa previsão é de que em maio, quando as vendas retomam o ritmo normal, o pico da crise já tenha passado, evitando a contaminação do nosso setor”, afirmou.
Para o vice-presidente de Novos Negócios para a América Latina da Samsung do Brasil, Benjamin Sicsú, a tendência de o público comprar cada vez mais produtos ligados à TV digital, além de acelerar o processo de adaptação, ajuda o setor a encarar o período de recessão.
“A crise pode até retardar momentaneamente a venda de alguns produtos, mas muito pouco, porque o volume total de vendas na área eletrônica, deve manter um crescimento próximo ao do ano passado, entre 6,8% e 7%. Nossa expectativa é a de aumentar as vendas a partir do lançamento de televisores menores do que os fabricados atualmente”.
Sicsú informou que ainda não houve demissões de trabalhadores em decorrência da crise. “O que pode ter ocorrido é a não-efetivação do volume esperado de contratações temporárias”.
Fructuoso e Scsú participam do seminário TV Digital no Brasil, promovido pela Câmara dos Deputados.