Turvo, na região central do Paraná, vem se tornando referência na produção de ervas medicinais orgânicas. Entre elas, o capim-limão, a melissa, camomila, carqueja e hortelã. No município, são produzidas matérias-primas que abastecem indústrias de todo território nacional, sejam elas da área farmacêutica ou cosmética.
Desde 2006, Turvo conta com uma cooperativa dedicada à produção de ervas medicinais orgânicas condimentadas e aromáticas. Trata-se da Cooperativa de Produtos Agroecológicos, Artesanais e Florestais (Coopaflora), que atualmente conta com 86 sócios e tem como uma de suas principais clientes a empresa de cosméticos Natura. A mesma utiliza os produtos adquiridos em Turvo em sua linha de chás naturais.
Só no ano passado, a Coopaflora produziu quarenta toneladas de ervas medicinais, além de outras 120 toneladas de erva-mate. Os produtos representam uma fonte alternativa de renda, no valor médio de R$ 500,00 mensais, a 170 famílias que mantêm propriedades no município.
“Trabalhamos com 32 espécies de ervas medicinais. Toda produção da Coopaflora é fruto da agricultura familiar, geralmente desenvolvida em pequenas propriedades rurais. O sistema produtivo dá privilégio ao manejo dos recursos naturais sem a utilização de agrotóxicos, embora o mesmo seja considerado mais trabalhoso e ainda não existam tantas pesquisas desenvolvidas na área”, comenta o agente de mercado da cooperativa, Henrique Vinícius Eurich. “Temos parceria com a Natura há três anos, assim como com outras empresas que realizam atividades em todo território nacional”.
Segundo o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Turvo, Rogério Boleslau Sekula, o município tem uma vocação natural para a produção de ervas medicinais e agricultura orgânica. Isto porque tem 70% de reservas nativas e também 70% de suas propriedades dedicadas à agricultura familiar.
“Estamos sempre buscando recursos para a melhoria da produção agrícola, além de estarmos iniciando um processo de industrialização. A produção de ervas medicinais orgânicas vem fazendo com que Turvo se torne referência nacional, incentivando para que mais empresas se instalem por aqui e contribuindo com a melhoria da qualidade de vida da população, evitando o êxodo rural e aumentando a rentabilidade dos pequenos produtores. Gera ganhos fantásticos ao município”, declara.
O gerente de relacionamento com comunidades da Natura, Sérgio Talocchi, revela que a empresa resolveu utilizar a matéria-prima de Turvo porque o município está instalado em uma região prioritária para a conservação ambiental, coberta por remanescentes de floresta de araucária.
“A conservação ambiental é um dos valores que mais prezamos na Natura. Também investimos em um projeto de desenvolvimento local no Turvo. Nosso objetivo, com isso, é apoiar a conservação ambiental e o fortalecimento da agricultura familiar”, comenta.