Turista deve pesquisar preço e tarifas ao trocar moeda

Para evitar perdas na troca de moeda estrangeira no Brasil, o turista e as pessoas físicas devem pesquisar preços e as condições para compra e venda em agências de câmbio e bancos antes de fechar a operação. Vale a pena fazer uma sondagem prévia porque, além das variações diárias nas taxas de compra e de venda fixadas por cada instituição, há diferenças significativas em tarifas extras cobradas a título operacional e também para entrega da divisa em domicílio, no caso específico da compra em espécie. Para vender a divisa estrangeira, o interessado precisa ir diretamente ao guichê da casa de câmbio ou do banco para efetuar a transação.

Sobre todas as operações de troca, independentemente do local e do valor, há incidência de uma alíquota de 0,38% de Imposto sobre Operações de Financeiras (IOF), que é recolhida ao Banco Central. Normalmente, os bancos cobram uma taxa operacional de troca, que varia muito, enquanto algumas corretoras dispensam essa tarifa. No Bradesco, a taxa operacional custa R$ 60,00 por operação, independentemente do valor. No Safra, essa tarifa varia conforme o valor da operação.

Nos bancos, nem sempre é aceita a troca de moeda estrangeira, se a compra não foi feita na mesma instituição. O Bradesco, por exemplo, só troca moedas que tenham sido adquiridas anteriormente na própria instituição, informou um funcionário do banco. As corretoras e casas de câmbio normalmente não adotam essa restrição.

Quando a compra e a venda são feitos pelo banco, para clientes ou não, as taxas de câmbio turismo fixadas para os correntistas costumam ser mais favoráveis do que as cobradas de não clientes.

Exemplos

Na manhã do último dia 18 de junho, um turista canadense, que veio ao Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo em São Paulo, trocou US$ 200 em uma agência de câmbio no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. A título de referência, a taxa do câmbio turismo no mercado no dia anterior (17) fechou a R$ 2,240 na compra e a R$ 2,360 na venda. Já no próprio dia 18, no mercado, o câmbio turismo valia R$ 2,2230 na compra e R$ 2,3730 na venda.

Mas na agência de câmbio do banco em questão, a taxa de compra fixada pela instituição para troca de US$ 200 foi de R$ 2,030000, que resultou em um saldo convertido em reais para o turista, de R$ 406,00. Desse total, foram descontados R$ 34,15 a título de tarifa operacional e R$ 1,54 relativos à alíquota de 0,38% de IOF, restando um saldo líquido da operação de R$ 370,31, equivalente a 91,21% do valor inicial da transação.

Em 30 de junho, se a troca de US$ 200 fosse feita em duas agências de corretoras de câmbio, por exemplo, as taxas fixadas seriam mais favoráveis ao turista ou pessoa física em relação ao valor do dólar turismo no mercado. Nessa data, o dólar turismo valia no mercado por volta de R$ 2,1670 na compra e R$ 2,3170 na venda.

Nesses dois locais, não há cobrança de tarifa operacional na compra ou venda, mas apenas do IOF. Se a compra de moeda estrangeira for feita por meio de telefone ou da internet, algumas casas oferecem entrega em domicílio e gratuita, dependendo do valor. Em Curitiba e região, por exemplo, a Correparti Corretora de Câmbio cobra tarifa de R$ 10,00 a R$ 15,00 para entrega do dinheiro em domicílio, dependendo do local escolhido. A Treviso Corretora, em São Paulo, só oferece o serviço de delivery e gratuito nas compras acima de US$ 500.

Na Correparti, no último dia 30, a taxa de compra de dólar no segmento turismo pela corretora equivalia a R$ 2,190 e a de venda, a R$ 2,2950. Considerando o valor de US$ 200 da operação de troca, o interessado receberia um saldo em reais equivalente a R$ 438,00, sobre o qual seria descontado o IOF de 0,38%.

Na Treviso Corretora, em São Paulo, a taxa de compra nesse mesmo dia pela corretora era de R$ 2,120 e a de venda ao cliente, de R$ 2,340. No caso sob análise, o turista receberia um valor convertido em reais ao trocar US$ 200 de cerca de R$ 424,00, dos quais seria descontado o IOF.

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