continua após a publicidade

Cataratas do Iguaçu
atraem muitos turistas.

O bom desempenho da economia, a queda do dólar e a facilidade de parcelamento são alguns fatores que estimularam o brasileiro a viajar neste início de ano. A seção Paraná da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav/PR) estima um aumento de 15% a 20% no número de pacotes turísticos vendidos para a alta temporada de verão em relação ao mesmo período do ano passado.

O período que os agentes de viagem mais gostam vai do Ano Novo até o Carnaval. São 45 dias nos quais muitos pacotes são vendidos. "É a melhor época do ano para o setor. A procura está sendo muito acima da média", afirma Joel Duarte, presidente da Abav/PR. Para ele, a forma com que a economia do País caminhou em 2004 ajudou muito na decisão de comprar um pacote de viagem.

O gerente comercial da operadora de turismo New Line, Vicente Reis Filho, confirma as boas vendas, que superaram quaisquer expectativas da empresa e ainda estão melhores do que em anos anteriores. "O bom desempenho do turismo vem de uma soma de fatores. A queda do dólar, que também baixou custos, e a economia estabilizada ajudaram muito. Alguns pacotes com preços acessíveis e a facilidade de parcelamento, em até cinco vezes, estimularam a procura", analisa.

continua após a publicidade

O destino favorito dos paranaenses continua sendo o Nordeste, desde Fortaleza até o sul da Bahia. Um pacote de uma semana para um resort nesta região custa entre R$ 2,2 mil e R$ 2,5 mil por pessoa. "Este preço é 30% mais caro em relação a baixa temporada", comenta Duarte. Dentro do Paraná, a cidade de Foz do Iguaçu é o lugar mais procurado para as férias de verão. Os paranaenses também vão muito para as praias de Santa Catarina e, nestes casos, as agências de turismo fazem somente a reserva de hotéis. Isto porque a maioria das pessoas prefere viajar com o próprio carro e ter mobilidade pelo litoral daquele estado.

Reis Filho, da New Line, explica que, neste ano, também foram favorecidos os pacotes para destinos alternativos, como os roteiros ecológicos, de aventura, de pesca e para praias pouco conhecidas. "Houve muita procura para os Lençóis Maranhenses, Ilha de Marajó e Amazonas", conta.

continua após a publicidade

De acordo com Duarte, da Abav/PR, ainda restam algumas vagas para o Carnaval. As grandes atrações para comemorar a data estão sendo os cruzeiros marítimos. Existem pacotes de três a sete dias com várias paradas no litoral brasileiro. "O paranaense aprovou este roteiro, que não custa muito caro. Para o Carnaval, a estada por pessoa em um cruzeiro custa a partir de US$ 700, equivalente a R$ 2,1 mil. Este preço é mais barato do que um pacote para a Costa do Sauipe (Bahia)", salienta.

Ásia

A catástrofe das ondas gigantes em países da Ásia não causou impacto nas vendas de pacotes para estes locais no Paraná. A Tailândia e a Indonésia são destinos muito procurados por turistas, principalmente os europeus. "Como negócio, o impacto aqui foi mínimo. Os países do continente asiático são freqüentados especialmente por europeus devido ao clima tropical (nesta época é inverno no Hemisfério Norte)", revela Joel Duarte, presidente da Abav/PR.

De acordo com ele, é pequena a quantidade de brasileiros que se deslocam para os pontos turísticos da Ásia nesta época do ano. "Os paranaenses não optam muito por este passeio. Os paulistas são ao maiores consumidores destes pacotes. Praia por praia, a maioria dos turistas nacionais prefere ficar por aqui. Viagens para a Tailândia e Indonésia são produtos extremamente caros. Um leve aumento na demanda ocorre em julho, quando aqui é inverno e lá ainda está calor", ressalta Duarte. Ele afirma que os atentados de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, em Nova York (Estados Unidos), foram os eventos internacionais que mais causaram impacto no mercado de turismo do País.

Fronteira é a maior atração no Paraná

As Cataratas do Iguaçu, nos parques nacionais do Iguaçu (Brasil) e Iguazú (Argentina), fecharam 2004 com mais de 1,8 milhão de visitas. No lado brasileiro, a unidade registrou 980.937 ingressos, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). No lado argentino, ocorreram 823.554 ingressos, de acordo com a Administradora de Parques Nacionales (APN).

O desempenho conjunto é o melhor dos últimos cinco anos. Em 2000, as unidades fecharam com 1.235.916 visitas, enquanto em 2001 foram 1.133.190 visitas. Em 2002 os parques registraram o patamar mais baixo do período, com 1.027.211 visitas.

O aumento no total de visitantes nas Cataratas do Iguaçu coincide com uma série de melhorias da infra-estrutura encaminhadas em ambos os parques. As obras resultaram em um número maior de atrativos turísticos, que incluem passeios de barcos pelo Rio Iguaçu ou pela exuberante vegetação que cobre os dois parques.

O Parque Nacional do Iguaçu, tombado pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade em 1986, é o segundo parque nacional mais antigo do Brasil, criado em 1939, e o maior fora da Amazônia. A unidade se estende por uma área de 185 mil hectares. Em seu interior habitam milhares de animais, muitos deles ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo, bem como 350 espécies de aves, algumas bem raras, como a jacutinga, o gavião harpia e o papagaio-de-peito-roxo.

A flora também é bastante diversificada. Há espécies que chegam a atingir 30 metros de altura, como a timbaúva, o cedro, a peroba e os ipês, além das delicadas orquídeas e bromélias.