Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a turbulência provocada no mercado internacional pela queda da Bolsa de Xangai, anteontem, já está se dissipando. ?Foi uma turbulência de 1,5 ponto na escala Richter?, brincou o ministro.

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Ele disse, no entanto, que é preciso estar alerta, mas que a economia brasileira está ?muito sólida? para enfrentar qualquer problema externo. Segundo ele, o máximo que poderia acontecer, caso persista a turbulência, é a desvalorização no preço das commodities ou a diminuição no superávit comercial do Brasil que, segundo ele, é ?muito elevado?. ?Não teria maiores conseqüências?, disse.

Segundo o ministro, a economia brasileira funciona bem com um superávit acima de US$ 30 bilhões e que hoje este superávit é de cerca de US$ 45 bilhões (o resultado fechado de 2006 foi de US$ 46,077 bilhões). Mantega destacou ainda que tem gente estimando um superávit de US$ 50 bilhões, mas, se ?tiver problema, podemos diminuir para US$ 40 bilhões e, mesmo assim, teremos sobra de moeda forte na economia?, disse ele, sem especificar o ano para o superávit citado.

Mantega disse ainda que, mesmo que haja perturbações na escala internacional, ?estamos amparados por um mercado interno crescente?.

ICMS

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Segundo o ministro, a discussão sobre uma eventual cobrança do ICMS no destino é uma questão que deve ser discutida junto com a reforma tributária. A proposta de cobrança no destino foi feita pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. ?A mudança da cobrança do ICMS deve entrar na pauta da reforma tributária, não é uma decisão isolada?, disse Mantega após a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Segundo o ministro, é preciso que esse debate seja feito com muita cautela para que não haja vencedores nem perdedores. ?Essa questão estará contemplada na proposta que vamos elaborar junto com os governadores?, disse.

Reservas

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Para o ministro da Fazenda, as reservas no patamar de US$ 100 bilhões são uma vacina contra turbulências internacionais. ?Eu comemoro os US$ 100 bilhões porque dão uma vacina contra turbulências?, disse. Segundo ele, se fosse no passado, quando o Brasil não tinha reservas desse tamanho e um superávit comercial elevado, a turbulência vivida nos mercados anteontem ?teria derrubado a gente?.

O ministro disse que as reservas elevadas também são um seguro para o País e levam ao pagamento de taxas de juros menores. ?A conta é salgada, mas temos uma série de benefícios e esse preço está ficando cada vez menor?, continuou Mantega. Ainda sobre o custo das reservas, o ministro afirmou que o Brasil está pagando um seguro menor porque o risco está cada vez menor. Disse ainda que o quadro atual, inclusive ?até melhora um pouco a taxa de câmbio?.