Apesar das projeções indicarem queda no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o regime de metas de inflação, o nervosismo do mercado nos últimos dias falou mais alto e foi determinante na decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter inalterada em 18,5% ao ano a taxa básica de juros. Na ata da última reunião, divulgada hoje (26), os diretores do BC deixam claro que o risco do cenário base, que considera inflação em queda e abaixo do teto da meta fixado em 5,5% para o ano, não se materializar deve ser considerado e, portanto, é um impeditivo para redução dos juros.

A introdução do indicativo de queda (viés de baixa) foi a fórmula encontrada pelo BC para justificar o que parte do mercado financeiro considerou ?injustificável?, já que o principal indicador que deve nortear a política monetária dava todas as condições para redução da taxa de juros.

?À medida que o mercado financeiro se normalize, com estabilização dos preços dos ativos e da taxa de câmbio em patamares refletindo mais adequadamente os fundamentos da economia, será reforçada a perspectiva de queda da inflação para os próximos 18 meses, o que poderá permitir a redução da taxa de juros?, argumentam os diretores no documento.

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