A forte queda das bolsas chinesas provocou um movimento de aversão ao risco nos mercados mundiais. As preocupações com a economia da China – maior compradora global de commodities – enfraqueceu as moedas de vários países exportadores de matérias-primas, incluindo o real.

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No Brasil, o mal-estar com as mudanças nas metas fiscais, anunciadas na semana passada, também continuou influenciando as cotações. O temor dos investidores é que o Brasil perca o grau de investimento diante da confirmação do governo de que os superávits fiscais para os próximos anos serão inferiores ao prometido inicialmente pela equipe econômica. Nesse cenário de estresse, o dólar encerrou a sessão de segunda-feira, 27, com alta de 0,36%, a R$ 3,361, no maior patamar em mais de 12 anos, desde 28 de março de 2003 – a moeda americana chegou a oscilar acima dos R$ 3,38. Foi a quarta sessão consecutiva de avanço do dólar ante o real. Nesse período, o avanço foi de 6,09%.

“O dólar abriu muito forte, com movimento especulativo dando continuidade à tendência (da semana passada). Houve alguns stops (ordens de parada de negociações), mas depois a moeda corrigiu um pouco sua tendência”, avaliou Cleber Alessie Machado Neto, operador da H. Commcor DTVM. Além do receio com a economia chinesa, o mercado aguarda nesta semana as definições da política monetária do Brasil e dos Estados Unidos.

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Com a nova subida da contação do dólar, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, chegou a lembrar ao longo do dia que os mercados “estão fazendo o que fazem: flutuam diante de novas informações, não só no Brasil como no mundo”. Ao mesmo tempo, afirmou ter “confiança” de que o mercado vai se estabilizar, mas disse que não tem como prever em qual cenário, uma vez que o câmbio no País é flutuante.

Bolsa

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O mau humor também se estendeu para o mercado acionário. O Ibovespa – principal termômetro do mercado acionário – terminou a sessão em baixa de 1,04%, aos 48.735,54 pontos, menor nível desde 13 de março de 2015 (48.595,81 pontos). No mês, a Bolsa já caiu 8,18% e, em 2015 ano, recuou 2,54%.

As bolsas europeias também terminaram com forte queda. Paris recuou 2,57%, Frankfurt cedeu 2,56% e Milão perdeu 2,97%. O mercado de ações dos Estados Unidos também ficou no vermelho. Em Wall Street, o Dow Jones fechou em baixa de 0,73%, aos 17.440,59 pontos, o S&P 500 caiu 0,58%, aos 2.067,64 pontos, e o Nasdaq recuou 0,96%, aos 5.039,78 pontos. (Colaborou Claudia Violante) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.