O primeiro ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou que o país não irá pagar a dívida junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence amanhã a não ser que haja um acordo nesta noite.
Ele pediu aos gregos que rejeitem os termos da proposta dos credores no plebiscito do dia 5 de julho, argumentando que isso não significa que a Grécia sairá da zona do euro, mas poderá fortalecer o país nas negociações que se seguirão.
“Quanto maior a participação e o número de pessoas votando “não”, mais forte será nossa posição”, afirmou Tsipras em entrevista à TV estatal grega. Em sua primeira entrevista desde o anúncio do plebiscito, Tsipras disse que os credores não querem e não deixarão a Grécia sair da zona do euro, acrescentando que o custo disso seria enorme para a Europa. “O plebiscito é outra ferramenta de negociação”, afirmou.
Ele acrescentou que a Grécia irá sobreviver sem um acordo para o programa de ajuda financeira, que acaba amanhã. Segundo o líder grego, o país irá “combater as ameaças com calma” e não irá abandonar a democracia apenas devido ao fim do programa de resgate.
Tsipras revelou que lhe foram dadas 48 horas para aceitar ou rejeitar a oferta dos credores. “Percebi que os credores não queriam compromisso”, afirmou.
Ele comentou que informou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, de sua decisão de convocar um plebiscito, antes de anunciá-la ao povo grego na noite de sexta-feira.
“Não fui eu quem os surpreendi. A surpresa veio no dia seguinte, na reunião do Eurogrupo, quando eles não aprovaram a extensão [do programa de ajuda à Grécia]”, disse.
Tsipras afirmou que irá aceitar o resultado do plebiscito mesmo que seja um “sim”. Ele ainda ressaltou que os bancos gregos irão reabrir poucas horas depois da votação. Fonte: Dow Jones Newswires.