Após apontar vários nomes do Goldman Sachs para importantes postos na condução da economia, a equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia mais um executivo do banco para uma importante função no Departamento do Tesouro. Trata-se de Jim Donovan, que tem uma posição sênior no banco, segundo pessoas ligadas ao assunto.
Donovan é considerado para o posto de subsecretário para Finanças Domésticas. O cargo requer confirmação pelo Senado e tem um papel importante no gerenciamento da dívida, da política fiscal e habitacional, na regulação financeira e em outras questões econômicas dos EUA. Os republicanos têm votos suficientes no Senado para confirmar as indicações de Trump sem apoio democrata, a menos que parte do próprio partido do presidente vote contra os indicados. Donovan é um doador do Partido Republicano há tempos. Na última pré-campanha, ele doou US$ 95 mil para o comitê que apoiava o ex-governador da Flórida Jeb Bush, um dos rivais de Trump, e também para vários senadores republicanos. Tem estudos no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e na Harvard Law School.
A escolha não está sacramentada e pode não se confirmar, dizem as fontes. A indicação de Donovan provavelmente seria alvo de críticas de democratas e de grupos liberais, que têm censurado as nomeações de Trump com laços no setor financeiro. Após criticar a rival na campanha, a democrata Hillary Clinton, pelos laços dela com o Goldman Sachs, Trump já escolheu vários nomes do banco para importantes posições. O presidente do Goldman, Gary Cohn, deixou a companhia recentemente para se tornar assessor econômico sênior de Trump na Casa Branca. O nomeado de Trump para a secretaria do Tesouro é Steven Mnuchin, que comandou a área de negociações com hipotecas do Goldman. Ambos tiveram peso na nomeação de outras pessoas nas últimas semanas, segundo as fontes ouvidas.
Trump anunciou na quarta-feira que nomeará o advogado de Wall Street Jay Clayton para comandar a Securities and Exchange Commission (SEC). Clayton representou o Goldman em algumas grandes transações.
O presidente eleito já deixou claro que pretende rever o regime regulatório financeiro erigido pelo presidente Barack Obama. A equipe de Trump ainda precisa nomear alguém para talvez o mais importante posto na regulação financeira: o de vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) encarregado de monitorar os maiores bancos do país. Um candidato para o posto é David Nason, ex-funcionário do Tesouro no governo de George W. Bush que é presidente e executivo-chefe da GE Energy Financial Services. Outro nome cotado é o deputado republicano French Hill, ex-banqueiro e gerente de investimentos. Fonte: Dow Jones Newswires.