O anúncio de possível desativação da Tritec Motors, fabricante de motores da DaimlerChrysler e da BMW AG no Brasil, instalada em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, traz preocupação para trabalhadores, mas ainda é visto com um pouco de ceticismo por agentes indutores da economia no município. Na sexta-feira, o jornal americano The New York Times publicou a notícia em que o Lifan Group of China e o Partido Comunista Chinês fizeram uma oferta para a compra da empresa e, até mesmo, transferir seus modernos maquinários do Brasil para a cidade de Chongqing, na China.
?Estamos pasmos e preocupados, porque ela não pode simplesmente ir embora?, desabafou o diretor da Federação dos Metalúrgicos do Paraná, Nelson Silva de Souza. Além dos benefícios dados pelo município e Estado, ele lembra que há 433 empregados que dependem da empresa para a sobrevivência. O temor é evidente. ?A gente não tem muita informação ainda. A empresa nega, mas preocupa?, disse um funcionário com quatro anos de casa, que preferiu manter o anonimato.
Informações é o que a Federação dos Metalúrgicos quer. Para isso Souza deve apelar ao prefeito de Campo Largo, Edson Basso (PSB) ?Queremos que ele peça para a empresa falar?, acentuou.
Em nota, a empresa disse que as afirmações divulgadas pela Lifan no jornal The New York Times, sexta-feira, são ?inverídicas?. ?É importante mencionar que as afirmações ali contidas são um posicionamento exclusivo, isolado e de total responsabilidade da empresa Lifan. Tanto DaimlerChrysler Corporation quando BMW AG desmentem os planos e intenções desse cliente. A Tritec Motors Ltda., não se pronunciará sobre o conteúdo de manifestações parciais de clientes ou terceiros que, supostamente interessados na empresa, pretendem causar turbulência ou agitação na mídia?.
A saída da Chrysler em 2001 era apontada como uma tragédia. Mas em seu lugar instalou-se a TMT Motoco do Brasil. Tem mais funcionários e a arrecadação é boa?, disse o prefeito Edson Basso.
Mesmo que não saia de Campo Largo, a empresa precisa encontrar novos clientes, pois a partir de 2007 a BMW pretende não mais equipar os Mini com os motores brasileiros, passando a ser servida pela PSA Peugeot Citroën. (AE)