O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, mostrou otimismo ao resumir os eventos da reunião do G-20, na qual o grupo que reúne países industrializados e os principais emergentes repetiu sua intenção de evitar desvalorizações competitivas e concordou em trabalhar em um novo arcabouço segundo o qual o Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliaria se as políticas de um determinado país representam um risco para a estabilidade econômica do restante do mundo.

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Ele destacou, sem especificar, a natureza “inoportuna” dos desalinhamentos cambiais e reconheceu que os presidentes de bancos centrais que participavam das discussões tinham percepções radicalmente diferentes da situação que enfrentavam. Ele disse, no entanto, que houve uma “troca de pontos de vista” e não uma “discussão”.

Trichet destacou também que o G-20 como um todo está consciente da necessidade de reformas estruturais, que o comunicado final do grupo afirma que ajudarão a aliviar as tensões sobre os mercados cambiais.

Falando especificamente sobre a União Europeia, Trichet disse que “não surpreende” que os países do bloco tenham feito pouco caso das recomendações do BCE e da Comissão Europeia em favor de regras orçamentárias mais duras. Trichet disse que os pedidos do BCE por regras mais rígidas foram apenas parte de uma variedade de posições em um processo político e que os pontos de vista dos Estados membros e do parlamento também têm um papel.

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“Temos a tradição de expressar de maneira muito simples, muito direta, o que acreditamos ser a melhor solução”, disse Trichet. Ele reiterou que acredita que as propostas adotadas na semana passada pela força-tarefa do Conselho da União Europeia, sob o comando de Herman van Rompuy, são “amplamente apropriadas” para os 27 países da UE como um todo, mas repetiu que elas são inadequadas para os 16 integrantes da zona do euro.

A revista alemã Der Spiegel informou que Trichet havia mostrado uma visão muito mais dramática sobre a questão durante uma reunião ministerial na semana passada. Segundo a Spiegel, Trichet teria apontado para os ministros de Finanças da França e da Alemanha e afirmado que eles “não entendem a gravidade da situação”. Trichet também teria argumentado que a Alemanha e a França estariam colocando em risco a existência futura da união monetária europeia com a sua falta de rigor. As informações são da Dow Jones.

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