Um tribunal de Tóquio decidiu manter a prisão do presidente do conselho de administração da Nissan, Carlos Ghosn, e do diretor-representante Greg Kelly por dez dias, disse na quinta-feira, 22, a agência internacional Kyodo News. Ghosn foi preso segunda-feira, 26, depois que uma investigação interna da Nissan descobriu que ele havia supostamente cometido fraudes durante anos, incluindo o uso pessoal de dinheiro da empresa e a não declaração de ganhos.
Segundo o Financial Times, a Nissan pretende usar a destituição de Ghosn do conselho como oportunidade para reequilibrar sua aliança com a Renault em seu favor, de acordo com pessoas ligadas ao conselho da montadora de automóveis japonesa. A demissão de Ghosn, que está preso em Tóquio sob acusações de falsificação de documentos financeiros, vem sendo vista como oportunidade para “recomeçar do zero”.
O conselho da Nissan deve votar nesta quinta-feira a destituição de Ghosn. Analistas afirmam que a destituição será aprovada. Três dos conselheiros restantes são próximos de Hiroto Saikawa, o presidente da Nissan.
Apesar de ter receita 60% maior que a Renault, o grupo francês tem mais força dentro da parceria, o que inclui o direito de indicar executivos para postos relevantes na equipe de gestão.
A tentativa da Nissan de ganhar poder na parceria surge em um momento no qual o futuro da aliança, que inclui também a Mitsubishi Motors, está em questão. Os planos para uma fusão completa entre as três montadoras foram suspensos com a detenção de Ghosn em Tóquio.
Sob o comando de Saikawa, a Nissan vem tentando reconstruir seus elos com o ministério japonês da economia, comércio e indústria, que enfraqueceram na gestão de Ghosn, líder que costumava desafiar as práticas tradicionais do país. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Com agências internacionais