O presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) suspendeu os efeitos da decisão liminar de primeira instância que determinava a paralisação das obras da UHE Teles Pires. As obras da usina estavam paradas desde o dia 27 de março por determinação da juíza federal de Mato Grosso, Célia Regina Ody Bernardes, que considerou em sua decisão que a Licença de Instalação nº 818/2011 não atendeu à normativa constitucional e convencional acerca das sensíveis questões envolvidas no complexo licenciamento ambiental da UHE Teles Pires.

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Segundo Célia Regina, “o Ibama emitiu a licença sem antes ouvir os povos indígenas afetados”, e “descumpre obrigação internacionalmente contraída pela República Federativa do Brasil, notadamente a de aplicar a Convenção 169 da OIT sobre povos indígenas e tribais”. A assessoria da UHE teles Pires informou em nota que a retomada das obras de construção da usina e das medidas de atendimento às condicionantes, incluindo as ações compensatórias aos municípios de Paranaíta, Alta Floresta e Jacareacanga.

A Companhia Hidrelétrica de Teles Pires reafirma na nota que “o projeto está e continuará sendo executado observando a regulação e os compromissos assumidos, contribuindo de maneira responsável para viabilizar a infraestrutura necessária e a consolidação do desenvolvimento do país”.

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Após as paralisações da obra por determinação da justiça federal de Mato Grosso, índios que vivem na área de impacto da Usina, os Kayabi, Apiaka e Munduruku, estariam sofrendo ameaças. o dia 3, entidades divulgaram uma Carta Aberta onde apelam pela segurança dos indígenas Kayabi,Apiaka e Munduruku, que vivem na área de impacto da Usina Teles Pires.

Os indígenas estariam sofrendo ameaças depois da paralisação das obras da hidrelétrica de Teles Pires I na região de Alta Floresta (a 812 quilômetros de Cuiabá) por determinação da Justiça Federal. As organizações exigem que seja garantida a medida de segurança, por meio de liminar, tomada pela Justiça Federal de Mato Grosso na última semana.

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Segundo as entidades, assim como no caso de Belo Monte, os indígenas Munduruku, Kayabi e Apiaka não teriam sido ouvidos antes do licenciamento da obra da usina, que ameaça seu território, patrimônio cultural e espiritual, e sua segurança alimentar.