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Foto: Arquivo

Muitas cidades vão pagar apenas 200 minutos de franquia.

Brasília – Os clientes da telefonia fixa de cerca de 3 mil municípios continuarão a ter suas contas de telefone tarifadas pelo sistema de pulso, segundo informa o superintendente de serviços públicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Gilberto Alves. Nessas 3 mil cidades, os clientes não pagarão as ligações locais que excederem as franquias de 200 pulsos mensais. Essa foi a exigência da Anatel para as localidades onde as empresas optassem por não fazer a mudança da cobrança por minutos.

A avaliação das companhias é de que em municípios muito pequenos não era economicamente viável fazer a conversão, porque ela demanda uma mudança técnica na rede e no sistema de cobranças, o que poderia sair mais caro do que isentar esses consumidores do pagamento das ligações além da franquia.

Essas cidades estão concentradas nas áreas da Brasil Telecom e da Telemar. Na área da Telefônica, no Estado de São Paulo, a empresa passará a cobrar por minuto em todos os municípios atendidos por ela. A estimativa da Anatel é de que nessas 3 mil cidades isentas estejam cerca de 700 mil clientes da telefonia fixa. No País existem 40 milhões de linhas telefônicas. A conversão para minuto tem que estar totalmente implantada nos municípios escolhidos pelas companhias até 31 de julho.

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Gilberto Alves participou de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, para discutir a nova forma de cobrança na telefonia fixa, que passará a ser por minuto. Ele representou o presidente da Anatel, Plínio de Aguiar Júnior, que não pôde comparecer.

Procon

Na audiência, o diretor do Procon de São Paulo, Roberto Pfeiffer, propôs que as empresas de telefonia fixa sejam obrigadas a fazer uma simulação com base nas contas de telefone de cada cliente, para que o consumidor saiba qual será o melhor plano para o seu perfil de consumo. Com a entrada da cobrança das ligações locais pelo sistema de minutos, as companhias terão que oferecer, obrigatoriamente, dois planos: o básico e o alternativo. O básico é indicado para quem faz chamadas curtas de até três minutos e o alternativo é para quem faz chamadas longas, ou utiliza a linha telefônica para se conectar à internet.

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Pfeiffer disse que a intenção é evitar que o cliente faça uma opção errada por um plano que não é adequado para ele, o que poderá implicar no aumento da conta de telefone.

O diretor do Procon sugeriu também que a informação sobre os planos obrigatórios seja prestada ao consumidor separadamente dos demais planos oferecidos pelas empresas. Pela regra da Anatel, o cliente poderá optar pelo plano básico ou pelo plano alternativo a qualquer momento. E se ele perceber que não fez a opção correta, ele pode mudar de plano quando desejar.

Telefonia lidera índice de reclamação nos Procons

Brasília (AE) – O setor de telefonia é o que mais recebe reclamações nos Procons entre os serviços essenciais, como energia, água e esgoto e transportes. Os números foram apresentados ontem, em audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, pela diretora-substituta do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça, Juliana Pereira da Silva.

Dos cinco assuntos que mais mobilizaram os Procons, de outubro de 2004 a fevereiro de 2006, o que aparece em primeiro lugar é o serviço de telefonia celular, com cerca de 49 mil reclamações. A telefonia fixa aparece em segundo lugar, com 39 mil demandas.

De acordo com dados apresentados pela diretora do DPDC, os maiores problemas se referem a cobranças indevidas ou abusivas e a dificuldades em rescindir o contrato. Também há um índice alto de consulta sobre os serviços oferecidos pelas empresas. Os números dizem respeito a Procons de 53 cidades integrados ao DPDC.

A audiência pública na Câmara realizada ontem foi convocada para discutir a nova forma de cobrança da telefonia fixa local, que passa a ser por minutos e não mais por pulsos e deverá estar totalmente implantada até 31 de julho.