Brasília (AE) – A empresa Transworld Transportes Especiais ganhou ontem a primeira das quatro licitações realizadas pela Caixa Econômica Federal (CEF) para a substituição da empresa Gtech na prestação de serviços à rede lotérica. No primeiro pregão, a Caixa propôs-se a pagar R$ 43,4 milhões num contrato de 36 meses para a guarda, transporte e distribuição de material aos lotéricos. A companhia vencedora ofereceu o trabalho por R$ 37,77 milhões.
Apesar de a Gtech não ter entrado com nenhum recurso, a homologação do vencedor da concorrência não será tranqüila. Das sete empresas que concorreram para pegar o contrato, três declararam que apresentarão recurso administrativo contra a vencedora. São elas a Luft, RB Rotas Brasil e Servlot. A RB Rotas foi a que ofereceu o menor preço, R$ 35,42 milhões, mas foi desclassificada porque deixou de levar uma certidão exigida pelo edital.
Com o início do procedimento, programado para terminar no dia 31, a Caixa dá um passo importante para deixar de lado o monopólio exercido pela Gtech, única empresa a prestar todos os serviços para o funcionamento das lojas lotéricas até o momento. A Caixa tentou no passado, livrar-se da Gtech-, mas foi impedida por sucessivas decisões judiciais de fazer a licitação partilhada dos serviços.
Um escândalo maior que o monopólio estourou em 2004, quando o então subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz, foi acusado de intermediar, mediante propina, a renovação do contrato entre a Caixa e a Gtech. O caso ainda não foi julgado pela Justiça. O contrato com a Gtech foi renovado pela Caixa por 25 meses em abril de 2003 e vence em maio. Até lá, segundo a Caixa, as concorrências públicas serão concluídas e haverá um período de transição de 12 meses para a entrada da nova prestadora de serviços.
No total, a Caixa gastará mais de R$ 1 bilhão para substituir todos os serviços que são prestados pela Gtech.
