Os funcionários das empresas de transportes de valores do Paraná ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado no próximo dia 1.º, caso suas reivindicações salariais não sejam atendidas. Eles pedem a reposição da inflação do período (cerca de 3%), acréscimo de 36% no vale-alimentação (que passaria de R$ 11 para R$ 15 por dia) e aumento de 24% para 30% no adicional de risco de morte.

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Segundo o presidente da Federação dos Vigilantes do Estado do Paraná, João Soares, os patrões ofereceram aumento de apenas 2,5% e estão se recusando a negociar. ?A paralisação foi decidida em assembléia na quarta-feira. Não abrimos mão do adicional por risco de morte. Queremos equiparação com os outros estados do Sul e do Sudeste, onde é pago 30% sobre o piso?, explicou. O piso atual da categoria no Paraná é R$ 1.080.

O argumento patronal para não aumentar o adicional, explicou Soares, seria que no Paraná o índice de assaltos a carros-fortes é menor que nos outros estados. De acordo com dados da Federação em 2006 houve seis tentativas de assaltos em todo o Estado, sendo que duas delas, em Curitiba, terminaram com vigilantes mortos e uma, também na Capital, com um assaltante morto e um vigilante ferido.

Além dos aumentos, os seguranças de carros-fortes pedem também que as empresas mudem a forma como é feita a compensação de horas-extras. Segundo Soares, se o profissional trabalha a mais num dia, recebe folga referente às horas-extras no dia seguinte. ?Queremos o pagamento disso porque muitas vezes os seguranças ficam direto das 8h às 20h trabalhando (horário que os carros podem circular)?, reclamou.

Prejuízos

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Além de desabastecer os caixas eletrônicos, uma greve dos transportadores de valores significa que o comércio em geral ficará com muito dinheiro em caixa. A preocupação disso, segundo Soares, são os assaltos. ?Nossa maior preocupação é a população, mas os funcionários merecem esse aumento e é um absurdo não repor nem a inflação?, justificou.

Patrões

A reportagem do O Estado procurou o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Valores do Estado do Paraná, Gerson Pires, na sede do sindicato e na sede da sua empresa, a Proforte. Ele não estava no sindicato e na sua empresa a telefonista informou que nem a secretária dele poderia atender a reportagem. 

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