As empresas de transporte de cargas vão tentar repassar a seus clientes o impacto do aumento da carga tributária decorrente da mudança no sistema de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). O aumento médio que se espera nos fretes, a partir de fevereiro, é da ordem de 9,23%, índice que inclui ainda a elevação dos insumos do setor no período de maio/2003 a janeiro/2004.
O alerta é do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar), diante do fracasso das negociações entre representantes do setor e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, no sentido de sensibilizar o governo federal para a necessidade de uma reversão do tratamento dado ao setor pela Lei n.º 10.833 (de dezembro de 2003), que transformou a Cofins em tributo não-cumulativo, aumentando a sua alíquota de 3% da receita bruta para 7,6% do valor adicionado.
“Na prática a nova sistemática praticamente dobrou o impacto da Cofins para o setor, agravando ainda mais a sua já insuportável carga tributária, que é a maior do país, chegando a 50,85% segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas”, avalia o presidente do Setcepar, Rui Cichella. De acordo com a entidade, o aumento médio que se espera nos fretes, a partir de fevereiro, é da ordem de 9,23%. “O aumento do imposto terá de ser repassado para os embarcadores e, conseqüentemente, para o consumidor final, resultado em impacto direto sobre os índices inflacionários.”
Impacto inflacionário
De acordo com Cichella a incidência da Cofins no segmento de transportes será elevada de 3% para 5,7% a 6%, representando um aumento efetivo de 2,7% a 3% no faturamento bruto das transportadoras. O impacto nos preços do frete, entretanto, será variável.
