São Paulo – A greve dos auditores fiscais já causou um prejuízo de US$ 7 milhões para as empresas transportadoras de cargas desde que começou, em 22 de julho. A informação é da Associação Nacional do Transporte de Cargas (NTC). Segundo a NTC, só em Uruguaiana, cidade do Rio Grande do Sul que faz fronteira com a Argentina, há 650 caminhões parados no pátio e 200 na fila, à espera de liberação.

Em Corumbá e Cáceres, a situação também não é muito diferente. Centenas de caminhões transportando mercadorias estão parados nas fronteiras há quase uma semana, segundo Sônia Rotondo, assessora técnica da Área Internacional da NTC. “A liberação levava cinco horas, agora está levando mais de cinco dias”, informa Sônia. “Os exportadores e as transportadoras estão sofrendo um prejuízo enorme.”

A NTC encaminhou um ofício para a Receita Federal, o Ministério da Fazenda e o Ministério dos Transportes pedindo a liberação emergencial das mercadorias. Nas fronteiras do Brasil com países da América do Sul passam cerca de 1.600 caminhões diariamente. Cerca de 60% do comércio com a América do Sul é feito por esse meio de transporte. Os auditores já estavam fazendo a chamada operação-padrão, parando dois dias por semana, desde o mês de maio. Mas foi a partir de 22 de julho que a situação se agravou, com paralisação por tempo indeterminado.

Prejuízo

“Vira e mexe tem greve de um dia, mas paralisação longa como esta não acontecia há tempos”, diz Josefa Ramos dos Reis, gerente administrativa da Transporte Mimoso. A Transporte Mimoso está com seis caminhões parados na fila em Uruguaiana, dois no armazém fiscal em Itajaí e outros dois no armazém em Campinas. Os principais clientes da empresa são a Paramount Lansul, a Natura e a Multibras.

“Temos caminhoneiros presos desde terça-feira passada na fila de Uruguaiana, eles estão ficando muito inquietos”, diz Josefa. Segundo ela, muitos caminhoneiros precisam dormir nos veículos, porque não podem se afastar da fila.

O Expresso Araçatuba já teve uma perda de 20% do faturamento, segundo o diretor comercial da empresa, Álvaro Fagundes Jr. “Muitas empresas estão cancelando embarques porque sabem dos atrasos”, diz Fagundes. A transportadora está com cargas paradas de eletroeletrônicos, alimentos e vestuários, exportações que iam para o Peru, Argentina e Bolívia. “Se a greve continuar, vamos perder bem mais do que 20% da receita.”

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