A ampliação da rede brasileira de transmissão de energia já começa a pesar no bolso do consumidor. Desde 1998, a receita das empresas brasileiras de transmissão cresceu mais de 270%, puxada pela entrada de novas linhas no sistema e pela alta do IGP-M, índice que corrige os contratos do setor. Para 2005, a expectativa é de uma alta de 21,7%.

A receita das empresas transmissoras de energia é paga, em última instância, pelo consumidor final, pois vem embutida na conta de luz. Segundo cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cerca de 10% do que o brasileiro paga pela energia que consome são destinados à distribuição.

Até 1998, não havia grandes variações nesta conta, devido ao baixo investimento em transmissão de energia – as linhas existentes já estavam amortizadas e, por isso, não havia a necessidade de remunerar novos empreendimentos. Depois disso, o governo começou a licitar novas linhas e a conta da expansão do sistema foi parar no bolso do consumidor.

De 1998 a 2003, a rede básica de energia brasileira (que compreende as linhas de alta tensão) cresceu a uma média de 3,2 mil quilômetros por ano, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para os próximos anos, espera-se uma taxa de crescimento anual de 2,5 mil quilômetros. Só as linhas já licitadas garantem este número em 2004.

Este ano, a Aneel fará uma nova licitação de linhas de transmissão. Nesses leilões, os investidores propõem a receita mínima anual que pretendem ganhar com o investimento. Quem oferece o menor valor, ganha a concessão. A receita proposta é rateada entre todos os consumidores de energia do País. Ou seja, quanto mais obras entrarem em operação, maior a receita anual e maior o repasse às tarifas. Este ano, a receita anual é de R$ 4,9 bilhões. Em 1998, este valor era próximo dos R$ 1,3 bilhão.

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