O mundo precisará de investimentos de quase US$ 2 trilhões (R$ 3,1 trilhões) por ano durante quatro décadas para fazer a transição para uma economia sustentável e, ao mesmo tempo, eliminar a pobreza e a fome. Essa é a conclusão de um novo estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que servirá de base para os debates da cúpula Rio+20, no Brasil, em 2012.
Segundo o levantamento, os investimentos em energia precisarão aumentar 19 vezes para permitir que o mundo alimente 9 bilhões de pessoas, produza energia para todos e freie as mudanças climáticas em andamento. Para a entidade, apenas a tecnologia garantirá que essa equação seja resolvida.
Entre os principais pontos de negociação estão o financiamento dessa transição a uma economia verde e a definição de quem ficará com a conta da adoção de novas tecnologias. Mas, diante da divergência entre governos, não há sinal de acordo. “Não há como negar: não poderemos viver neste planeta se seguirmos com o mesmo padrão tecnológico”, afirmou o chinês Sha Zukang, secretário-geral da conferência Rio+20.
A equação apresentada pela ONU é simples: em 40 anos, o mundo terá 2,7 bilhões de pessoas a mais, que terão de ser alimentadas e demandarão energia. Isso sem contar com os miseráveis de hoje, que, se houver crescimento econômico até lá, vão se tornar consumidores. “Não podemos parar os motores da economia mundial e os países pobres precisam ter o direito de promover uma melhoria de vida para seus cidadãos. Nas próximas décadas, o mundo terá de adotar novas tecnologias em diversos setores, e isso deve ser uma prioridade de políticas nacionais”, declarou o secretário-geral.
A estimativa da ONU é de que hoje o mundo destine cerca de US$ 100 bilhões por ano para promover a transição para uma economia sustentável. Os emergentes terão de investir US$ 1,1 trilhão por ano e os ricos, quase US$ 900 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.