O gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo, observou que a taxa de desemprego apresentou em junho o primeiro ponto de inflexão do ano e a queda na taxa (de 8,8% em maio para 8,1% em junho) resultou sobretudo do aumento na geração de empregos e da queda no número de desocupados de um mês para o outro. “Foi o primeiro momento em que o mercado de trabalho começou a tomar fôlego após o início da crise”, avalia Azeredo.
Segundo o gerente, “o mercado de trabalho sem dúvida mostrou um resultado favorável. Ainda não conseguimos nos equiparar aos avanços de 2008, o mercado não mostra o aquecimento do ano passado, mas mostrou recuperação em junho, deu uma arrancada no mês e agora resta aguardar os resultados dos próximos meses”, afirmou.
Um dos pontos de dúvida para os próximos meses, segundo Azeredo, está na população não economicamente ativa (sem trabalho e sem procurar emprego), que aumentou 0,6% em junho ante maio, para um total de 105 mil pessoas. De acordo com ele, essa alta pode ter relação com uma espera das pessoas por resposta a uma providência tomada de procura por emprego, mas também pode ser um sinal de aumento do desalento, ou seja, desistência da procura por uma vaga.
Rendimento médio real
O rendimento médio real (descontada a inflação) dos trabalhadores nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em R$ 1.331,57 no primeiro semestre de 2009, com alta de 4,1% ante igual semestre do ano passado, segundo o IBGE. Cimar Azeredo disse que a renda real neste primeiro semestre foi a maior da série da pesquisa, que teve início em 2002 mas só dispõe de resultados médios do primeiro semestre a partir de 2003. De acordo com Azeredo, a alta da renda em 2009 reflete o aumento do salário mínimo, o controle da inflação e, ainda, o aumento da formalidade no mercado de trabalho.
A taxa média de desemprego no primeiro semestre de 2009 ficou em 8,6%, ante 8,3% em igual semestre do ano passado, segundo dados apresentados por Azeredo. Em 2007, a taxa média do primeiro semestre havia sido de 9,9%. Segundo Azeredo, os dados do semestre revelam que “a crise mostrou efeitos no mercado de trabalho, que perdeu a aceleração que apresentava no ano passado, mas não chegou a reverter os ganhos de 2008”.