Trabalhadores portuários protestam em Paranaguá

Integrantes da Intersindical, entidade que congrega dez sindicatos representantes de categorias de trabalhadores portuários, paralisaram as atividades do Porto de Paranaguá, ontem, das 7h às 13h. Os manifestantes tinham como objetivo protestar contra a contratação de trabalhadores não ligados ao Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO).

Segundo o presidente da Intersindical, Ademir Sconassom, os funcionários avulsos do porto andam revoltados porque estão perdendo espaço para “pessoas estranhas à Lei 8.630, de 1993, que diz que o trabalhador, dentro do porto organizado, tem que pertencer ao OGMO”.

Ele conta que, na maioria das vezes, os funcionários não ligados ao Órgão ganham menos, sendo considerados mão-de-obra barata. “A Intersindical não está pedindo aumento de salário àqueles que representa, quer apenas que o trabalho e os direitos deles sejam garantidos. São pessoas que dependem das atividades no Porto para sobreviver e não querem ser passadas para trás”, afirmou.

Com a manifestação, todas as vias de acesso ao porto foram bloquedas por caminhões pertencentes a pessoas ligadas ao Sindicato dos Motoristas Autônomos. Por impedir o acesso ao porto, muitos motoristas foram multados pela polícia rodoviária. “Vamos tentar anular estas multas, pois os motoristas fizeram o que fizeram para defender seus direitos e orientados por líderes sindicais. A punição é injusta”, declarou o integrante do Sindicato dos Condutores Autônomos, José Pereira de Jesus.

No final da manhã, os sindicalistas entregaram um documento, reivindicando seus direitos e falando de suas queixas, ao superintendente do Porto, Osíris Sthenghel Guimarães. Eles avisam que, se até o final da semana, trabalhadores não ligados ao OGMO continuarem sendo contratados para trabalhar, vão fazer greve por tempo indeterminado.

Ontem, de acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, Ubirajara Maristane, durante as seis horas de paralisação, doze navios ficaram atracados sem poder descarregar suas mercadorias. “A paralisação gera prejuízos não só ao porto, mas também à toda cidade de Paranaguá. Não é nosso intenção prejudicar ninguém, mas queremos que nossos direitos sejam assegurados”, disse.

Além dos condutores autônomos e dos estivadores, participaram da movimentação funcionários da limpeza, conferentes, arrumadores, vigias portuários, movimentadores de mercadorias e integrantes do Sindicato dos Marítimos.

O superintendente Osíris Guimarães – através da assessoria de imprensa – disse que não iria se manifestar antes de saber ao certo quais eram as reivindicações dos sindicalistas.

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