Trabalhadores pedem ajuda a deputados

Representantes dos ex-funcionários da TMT Motoco do Brasil foram ontem à Assembléia Legislativa pedir para que os deputados intercedam junto ao governo do Estado para que alguma medida seja tomada em relação ao fechamento da empresa e à demissão de seus 860 funcionários.

Instalada em 2002 no município de Campo Largo, a empresa de motores e componentes mecânicos recebeu isenção de cinco anos no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e está fechando justamente no ano em que vence esse incentivo fiscal. ?Fomos pegos de surpresa, já que a produção da empresa estava a todo vapor. Esse estava sendo nosso melhor ano, parece que foi tudo premeditado, que produziram a mais para garantir folga e fechar as portas da noite para o dia?, comentou o ex-funcionário Jean Xavier. A empresa demitiu 840 pessoas, no dia 16 de abril, permanecendo empregados apenas 20 funcionários para fazer a manutenção das máquinas.

Os funcionários pedem para que o governo intervenha junto à direção mundial da empresa, nos Estados Unidos, ou que exproprie a planta para que outra empresa, ou os próprios funcionários, assumam a produção. ?Nosso objetivo é preservar os postos de trabalho. A primeira alternativa é fazer a empresa voltar a produzir, caso contrário, que se exproprie para que outra empresa, os funcionários ou o próprio Estado assumam o controle do parque industrial?, disse o coordenador do Movimento Nacional de Fábricas Ocupadas, acionado pelos funcionários da TMT. ?Não podemos admitir que uma empresa venha aqui, aproveite a isenção fiscal, ganhe muito dinheiro e depois vá embora deixando os trabalhadores na mão?, reclamou.

Para o deputado Tadeu Veneri (PT), que abriu a Assembléia para os trabalhadores, é muito difícil que a TMT não feche as portas, mas há maneiras de se manter boa parte dos funcionários trabalhando. ?Há um parque produtivo pronto e temos mão-de-obra qualificada; precisamos aproveitar tudo isso, nem que seja trazendo uma outra multinacional?, disse. ?Mas daí, teremos de discutir que tipo de empresa queremos atrair, para não se repetir o abuso da isenção e a guerra fiscal?, acrescentou, sugerindo que se exija um tempo mínimo de permanência das empresas.

Como resultado de sua exposição na Assembléia, os ex-funcionários conseguiram uma audiência com o secretário do Trabalho, Nelson Garcia, marcada para a próxima quinta-feira.

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