São Paulo (AE) – Cerca de dois milhões de trabalhadores brasileiros cruzaram os braços nas 299 greves realizadas no País em 2005. A informação é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Die-ese), por meio do seu Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG). Em 2004, foram verificadas 302 paralisações. O total de horas paradas chegou a 19.475 no ano passado, com queda de 23 mil horas na comparação com 2004.
Das 299 paralisações, o Dieese apurou o resultado de negociações de 108. Dessas, apenas 6% tiveram rejeição total das pautas, enquanto 75% contaram com atendimento parcial ou integral das reivindicações. A negociação direta foi o método mais utilizado para a resolução dos conflitos, o que aconteceu em 89% dos movimentos analisados.
Das greves deflagradas, 54,2% foram nos serviços públicos, 45,2% na iniciativa privada e 0,6% de bancários (em bancos públicos e privados). Na área pública, 11% das paralisações foram de profissionais federais; 22%, estaduais; 12%, municipais; e 8%, de empregados de empresas estatais.
Na iniciativa privada, os trabalhadores da indústria lideraram, com 24,7%, seguidos pelos funcionários do setor de serviços (19,7%) e trabalhadores do comércio (0,3%) e rural (0,3%).
Segundo o Dieese, 69,2% das greves foram "propositivas". Isto é, reivindicaram, ao menos, um pleito de novas conquistas. A mais freqüente das reivindicações foi a de reajuste salarial, presente em 47% dos movimentos. Pela ordem de incidência, as demais foram plano de cargos e salários (20%); auxílio alimentação (17%); condições de trabalho (15%); protesto por atraso no pagamento de salários (12%); e participação nos lucros e resultados (12%).
Exigências de novas contratações, assistência médica, protesto por descumprimento de acordo e reajuste de piso salarial, com 10% cada uma, completam a lista. Como as greves apresentam mais de uma reivindicação, a soma dos percentuais supera 100%.