Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, realizaram na manhã desta sexta-feira (30) uma nova manifestação na empresa. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro), participaram da manifestação em frente à empresa cerca de 250 trabalhadores.
Na quinta-feira (29), a categoria decidiu em assembleia intensificar as mobilizações iniciadas no último dia 13. Os trabalhadores reduziram as permissões de trabalho, uma espécie de operação tartaruga, na qual os petroleiros liberam apenas uma permissão por vez, de acordo com a urgência do serviço.
O presidente do Sindipetro, Sylvanei Bernardi, explicou que para as operações de manutenção cotidianas são necessárias uma série de procedimentos de segurança, uma vez que há circulação de combustíveis com risco de explosões, incêndios e gases tóxicos.
A principal reclamação dos trabalhadores é que esses procedimentos não estariam sendo respeitados devido à alta demanda de trabalho e falta de trabalhadores na Repar. Segundo Bernardi, a situação foi agravada pelas obras de expansão da refinaria, que praticamente dobrará sua capacidade.
Ainda segundo o presidente, a mobilização dos trabalhadores não tem como objetivo reajuste salarial e sim a contratação de mais trabalhadores. O Sindipetro estima que seriam necessários pelo menos mais 400 trabalhadores para se somar aos mil já existentes no setor operacional e de segurança do trabalho.
Bernardi conta que os acidentes e incidentes também têm aumentado em função do número reduzido de trabalhadores. Segundo ele, um incidente há alguns dias poderia ter se tornado uma tragédia. As enormes pás de um ventilador da refinaria se romperam e foram lançadas para fora do equipamento. “A sorte é que foi no final de semana e havia poucas pessoas no local. É nesses momentos que você vê a precariedade do equipamento e a falta de manutenção”, afirmou.
A categoria deve realizar agora várias mobilizações e greve surpresa. Segundo o sindicato, paralisações acontecerão a qualquer momento, para que os funcionários possam discutir a situação. O movimento também pode se transformar em uma greve por tempo indeterminado. Aliás, a falta de avanço na negociação, pode deflagrar a greve ainda neste fim de semana.
“O problema da segurança não pode ser adiado. A situação é de risco iminente de acidentes e não podemos esperar mais. Não podemos aguardar uma fatalidade para agirmos”, ressaltou Bernardi.
Na quinta-feira (30), a Petrobras informou por meio de nota, que mantém um canal aberto de diálogo com o Sindipetro sobre as demandas locais da refinaria.
Sobre as reivindicações de efetivo, a companhia explicou que o item faz parte da discussão do Acordo Coletivo de Trabalho 2011. As negociações foram iniciadas nesta semana, conforme sinalizou a Petrobras.