Os 2,5 mil metalúrgicos do 1º turno da Renault, em São José dos Pinhais, decidiram em assembleia na manhã desta quinta-feira (13) paralisar as atividades na empresa por 24 horas. A decisão foi tomada logo após eles terem rejeitado a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para 2010 feita pela empresa. A tendência é que o 2º turno também defina pela paralisação, em assembleia às 14h de hoje.
A proposta reprovada por unanimidade previa antecipação da 1ª parcela da PLR no valor de R$ 4.750,00, pagos na próxima terça-feira (18), valor total de R$ 7.500,00 para 100% das metas atingidas, e mínimo de R$ 6.200,00.
Além de discordar dos valores, os metalúrgicos denunciam que há metas inatingíveis. Dois exemplos são os patamares de produção para este ano e o de participação no mercado. A montadora exige uma produção de 187.687 veículos, sendo que ano passado, em ritmo alto e com excesso de horas extras, o volume foi de 140.394 unidades fabricadas. A meta de crescimento na participação no mercado nacional, de 5%, também é considerada exagerada: no ano passado, este índice ficou em 3,9%.
Reivindicações
Os trabalhadores exigem ou um aumento considerável no valor da primeira parcela (neste caso, a segunda parcela seria discutida futuramente), ou um valor total de PLR similar ao das montadoras instaladas em São Paulo. A Ford, de São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, fechou na semana passada uma PLR de R$ 9.000,00.
Nesta sexta-feira (14), às 5h e às 14h, serão realizadas novas assembléias para definir os rumos da mobilização. Caso a proposta da empresa não seja aceita, a paralisação continuará podendo ser discutido a possibilidade de greve. Com a paralisação a Renault deixa de fabricar hoje 760 veículos (700 automóveis e 60 utilitários). A Renault emprega 3.500 trabalhadores.
Volkswagen
Os dois mil metalúrgicos dos 1º e 3º turnos da Volkswagen, também de São José dos Pinhais, reunidos em assembleia na manhã de hoje (13) deram prazo de 24 horas para que a empresa apresente uma proposta de PLR aos trabalhadores. Caso contrário, não irão trabalhar nesse final de semana, para o qual estavam programadas 3h de compensação de feriado e mais horas extras.
Novas assembléias ocorrem na próxima terça-feira, às 5h e às 14h, em porta de fábrica. A possibilidade de greve é grande. Os metalúrgicos só aceitam iniciar as negociações se a empresa apresentar a mesma proposta que fez aos trabalhadores de São Paulo: R$ 4.300,00 para a primeira parcela. A Volks de São Bernardo-SP tem sete mil trabalhadores e produz 1.050 carros por dia. No Paraná são 2.900 trabalhadores para uma produção de 800 veículos / dia. Ou seja, a unidade do PR tem produtividade 80% maior.
Volvo
Na Volvo, em assembleia em 28 de abril, os trabalhadores aprovaram pauta de reivindicações da PLR 2010. Eles exigem um mínimo de R$ 10.000,00, valor da 1ª parcela no mínimo igual ao das outras montadoras, com pagamento previsto para 26 de maio. Nesta quinta acontece uma reunião entre a empresa e o Sindicato. Nova assembleia com os trabalhadores acontece na sexta feira. A Volvo têm cerca de 2.800 trabalhadores e fabrica ônibus e caminhões médios e pesados.
New Holland
Os 1,8 mil metalúrgicos da New Holland reprovaram hoje cedo proposta de R$ 3.800,00 mil de PLR, com adiantamento de R$ 1.900,00. Eles deram prazo de 48 horas para a indústria melhorar a proposta. Os metalúrgicos da empresa exigem no mínimo 80% do que for fechado nas montadoras instaladas no Paraná. Nova assembleia ocorre terça-feira, 18 de maio, às 6h45, também em porta de fábrica.
Bosch
Ontem na unidade da Bosch, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em protesto contra a falta de proposta de PLR, os 3,5 mil metalúrgicos realizaram paralisação de 2h em cada entrada de turno. Eles deram prazo legal de 48 horas para a empresa apresentar proposta. Nova assembleias ocorrem na segunda-feira, às 5h e às 14h, nas quais serão definidos os rumos de mobilização. A tendência de greve é grande.