Os cerca de nove mil funcionários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), podem entrar em greve a partir da próxima quarta-feira (15), devido à falta de avanço na negociação salarial 2011. De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), a Embrapa não conseguiu autorização do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento, para apresentar contraproposta diferente da reposição inflacionária, de 6,51% (via Índice de Preços ao Consumidor Amplo), para atender uma das reivindicações econômicas, de aumento de 11,5% (6,51% de inflação mais 5% de ganho real).
Com o impasse, as regionais do Sinpaf em todo o país deverão realizar entre este sábado (11) e terça-feira (14), assembleias para aprovar o indicativo de greve. No Paraná, a Seção Sindical Florestas realizará a reunião às 13 horas de segunda-feira (13).
Na quarta-feira (15), está marcada uma nova reunião entre representantes da Embrapa e do Sinpaf. Caso não haja avanço, os funcionários poderão paralisar as atividades na quinta-feira (16).
Aumento real de salário é apenas um dos pontos da negociação. Eles também querem reajuste dos benefícios como ticket alimentação, auxílio-creche e auxílio para trabalhadores com filhos portadores de necessidades especiais. Os funcionários também reclamam por melhores condições de trabalho, denunciam situações de assédio moral, punições sem processos administrativos e demissões sem justa causa. Pelo Sinpaf, desde o final de 2010, seis funcionários da Embrapa foram demitidos sem justa causa e vários foram punidos com reflexos na perda de promoções e adiamento de avanço na carreira, o que é contestável em uma empresa pública, mesmo que com a contratação em regime celetista. Por esta razão, eles também pleiteiam a garantia de fim dessa política de punições e demissões sem justa causa ou incentivadas e a revisão do Plano de Carreira da Embrapa (PCE).
Isonomia de benefícios
Os funcionários da Embrapa também requerem isonomia entre os benefícios pagos para os funcionários que ingressaram após 1989 na empresa. Segundo o Sinpaf, há muita diferença no tratamento dispensado entre os dois grupos.