Londres ( das agências) – O primeiro-ministro britânico Tony Blair reafirmou, ontem, em discurso à Câmara dos Comuns, no Parlamento, seu desejo de ver eliminados os subsídios agrícolas dos países mais ricos em 2010. Blair acredita que o assunto será lembrado na reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que será realizada em dezembro, em Hong Kong.
A União Européia já deixou claro o interesse em acabar com os subsídios. No entanto, não estabeleceu datas e condicionou a medida a uma atitude similar dos Estados Unidos e outros países ricos, para que também acabem com seus mecanismos de ajuda ao setor.
Os países em desenvolvimento e as organizações humanitárias têm denunciado o prejuízo que essas práticas causam às agriculturas africana, asiática e latino-americana, principalmente por conta do ?dumping? (venda a preços inferiores que os praticados no mercado). A data marcada para o fim dos subsídios – 2010 – foi sugerida por Tony Blair durante a reunião do G8, que reuniu os representantes dos sete países mais industrializados do mundo e da Rússia, na semana passada, em Edimburgo, Escócia.
O premiê britânico reafirmou ontem, o compromisso de dobrar a ajuda financeira aos países em desenvolvimento, adotado durante a reunião do G8, que foi dedicada a assuntos como a pobreza na África e as mudanças climáticas. Blair acrescentou que o cancelamento da dívida dos países mais pobres – inicialmente limitado a 18 países, e posteriormente estendido aos outros, de acordo com algumas regras – representaria uma ajuda adicional de mais US$ 55 bilhões.
No entanto, as organizações não-governamentais afirmam que, por causa das condições utilizadas para cancelar a dívida externa dos países de forma simultânea, não haverá uma ajuda efetiva imediatamente, o que poderia salvar milhares de vidas nos próximos anos.