O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que setor de varejo no Brasil tem andado à frente do PIB nos últimos anos e que há algumas razões, como o emprego estável e o aumento da renda, para que consumo continue forte. “Temos que consolidar o processo da inclusão de 35 milhões de pessoas no consumo”, disse. “Estamos militando no sentido de preservação”, afirmou.

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Segundo Tombini, o fato de estimular o consumo não significa abrir mão de investimentos. “Não precisa matar o consumo para incentivar o investimento. Precisamos rebalancear investimentos e consumo sem matar a galinha dos ovos de ouro”, reforçou.

Tombini afirmou que o potencial de crescimento do País pode subir de 1,5 a 2,0 pontos porcentuais se os investimentos no Brasil forem feitos “de forma inteligente”, sobretudo para atacar os gargalos em infraestrutura. Ele enfatizou que o governo tem um papel importante em atuar para defender a estabilidade da economia, o que dará um cenário de previsibilidade para a ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo do País (FBCF).

“O que o setor público deve e pode oferecer é a estabilidade”, destacou Tombini. “Quanto mais estabilidade o governo puder oferecer à economia, melhor para o empresariado”, disse. O presidente do BC destacou que o governo está trabalhando para que o aumento dos investimentos do setor privado, que são responsáveis pela maior parte do cerca de R$ 1 trilhão que é aplicado no País para o incremento da FBCF.

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b>Crédito

O presidente do BC disse ainda que o fato de o crédito não crescer mais a taxas de 25% a 30% ao ano não é ruim. “A previsão é de crescimento de 13% do crédito neste ano, que é um crescimento sustentável, uma desaceleração necessária”, afirmou. Tombini deu as declarações durante palestra promovida pela Câmara Brasil-Israel, em São Paulo. (Ricardo Leopoldo – ricardo.leopoldo@estadao.com e Carla Araújo – carla.araujo@estadao.com)

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O presidente do Banco Central também fez uma defesa enfática da autonomia da instituição. “O BC que não tem autonomia para trabalhar não vai desempenhar seu papel”, destacou. “Sem autonomia, BC não consegue avançar, seja ela ‘de jure’ ou ‘de facto'”, destacou. “Tem que haver uma autonomia. Se é ‘de jure’ ou ‘de facto’ é outro debate”, ponderou.

Ele fez os comentários em evento que celebra os 55 anos da Câmara Brasil Israel de Comércio e Indústria, que ocorre em São Paulo. (Ricardo Leopoldo e Carla Araújo – ricardo.leopoldo@estadao.com e carla.araujo@estadao.com)